É
revoltante ver a lista de artistas contemplados com recursos públicos
do governo federal, através da lei Rouanet(homenagem ao mentor da
lei Sergio Paulo Rouanet, secretário nacional de cultura em 1991),
sob a alegação de que irão promover a cultura.
Desde o governo Collor, quando a lei foi criada, são canalizados milhões e milhões de reais para artistas famosos fazerem shows e ainda cobrarem do povo. Pegam milhares de reais e distribuem meia dúzia de ingressos para “justificar” a benesses. Apenas para se ter uma ideia nos últimos anos, aprovaram R$ 4,1 milhões para Luan Santana, R$ 1,3 milhão para Maria Bethânia, R$ 5 milhões para Cláudia Leite, teve até R$ 9 milhões para um circo estrangeiro(Cirque Du Soleil), R$ 1,3 milhão para uma produtora fazer um filme sobre a vida do corrupto José Dirceu, muitos meio milhões de reais para alguns meninos que cantam funk e por aí afora. Tudo em nome da cultura.
Trata-se de uma evasão de receita institucionalizada. Um colegiado reúne-se, aprova essas barbaridades, e o interessado, que normalmente já tem o patrocinador acertado, vai atrás da empresa que doa a montanha de dinheiro e depois abate no imposto de renda, ou seja, evasão de divisas. O Estado deixa de arrecadar esse dinheiro que poderia ser muito melhor empregado. Enquanto isso não há dinheiro para, verdadeiramente, promover a cultura como foi o caso da Jornada de Literatura de Passo Fundo. O Festival do Folclore até consegue algum recurso, mas não impede que os organizadores andem perambulando por aí contando com o voluntariado.
É recurso público, travestido de dinheiro privado, servindo aos caprichos de quem está ao redor do poder.
Uma inversão de prioridades, enquanto falta dinheiro para comprar remédio para a população, que permanece dois anos esperando para agendar uma consulta pelo SUS, milionários se locupletam com dinheiro de impostos.