O modelo filosófico cartesiano, físico newtoniano e
positivista científico não é o mais adequado para a análise do comportamento,
nem para a organização pessoal e social do século XXI. Os posicionamentos defendidos por Ludwig
Wittgenstein, Sigmund Freud e Albert Einstein, estão em maior sintonia com o
atual momento científico e social. Nas relações entre o conjunto dos sentidos
disponibilizados por estes dois modelos se evidencia um abismo simbolizados na
dicotomia entre a vida social e institucional.
No início do século passado Wittgenstein comprovou que o sentido definitivo das palavras está em seu uso, no mundo da vida e não na lógica formal. Freud publicou pesquisas afirmando que a dimensão não material influencia no estado da matéria, ou seja, que o pensamento influencia no bem estar ou nas doenças do corpo. Einstein comprovou que o átomo, como elemento material mínimo, não é o ponto partida, mas que em seu núcleo, existem partículas que podem ser acessadas, dando origem a desenvolvimento e uso da energia subatômica. Esta energia estava lá, mas não era conhecida.
Estas descobertas, representadas nestes três pensadores, se consolidaram no último século. No entanto, se faz necessário identificar a incongruência localizada no comportamento pessoal e profissional, visto que, o modelo teórico superado no mundo vivido, permanece cristalizado nas instituições e na constituição das subjetividades. Esta coexistência, entre um modelo que valoriza o pensamento binário, material e estável e outro que reconhece a pluralidade, a complexidade e a incerteza, é uma das variáveis com contribuem para a desorientação e insegurança comportamental de quem deve desempenhar a função de educar.
A explicitação adequada dos referenciais que orientam o comportamento humano, em diversos momentos da história, diversos contextos sociais e existenciais, possibilitará a percepção de que alguns conceitos, devem ultrapassar os limites do espaço e do tempo. Neles devem estar incluídos um entendimento mínimo para os sentidos de responsabilidade, disciplina e hierarquia. A falta de atenção e de cuidado com os sentidos destes conceitos, pode implicar em práticas contraditórias, retrógradas e ultrapassadas, representadas em figuras como o atual presidente dos Estados Unidos ou em um dos candidatos com alto nível de adesão, nas pesquisas para a próxima eleição presidencial do Brasil.