No último dia primeiro
de janeiro os prefeitos eleitos assumiram seus mandatos. Alguns anunciaram
medidas de impacto, especialmente na linha de cortes de gastos, como resposta
às dificuldades financeiras e administrativas encontradas nas prefeituras.
Ao se oferecerem para concorrer ao mandato eletivo os candidatos sabiam da situação dos municípios. Os planos de governo foram elaborados a partir de um mínimo de conhecimento do que iriam assumir, se eventualmente eleitos. As promessas apresentadas aos eleitores dialogavam com a leitura que tinham da prefeitura. Poderia ser parcial, mas era uma leitura. Sustentou a elaboração os planos de governo e os compromissos apresentados à população.
Há de se ter cuidado com o discurso de “terra arrasada”, proferido por muitos prefeitos, seguido do anúncio de medidas de impacto como caminho para pôr a casa em ordem.
Assim como o governo federal e estadual, o governo municipal tem compromissos para com a população e estes têm amparo legal. As dificuldades financeiras e administrativas não podem justificar a ausência do poder público em setores importantes no âmbito municipal. A iniciativa de diminuir secretárias, reduzir do quadro de funcionários e corte de gastos não pode ter como consequência a precarização dos serviços públicos prestados aos munícipes.
Sabemos que uma entidade pública como a prefeitura não pode ser um cabide de empregos ou facilitadora de iniciativas deste ou aquele grupo. Ela existe para o bem de toda a população na esfera municipal. Por isso não se concebe a diminuição ou precarização da atuação do poder público em benefício da população em nome da austeridade administrativa. A população paga impostos e tem o direito de usufruir dos serviços públicos.
Sempre é bom lembrar que os serviços públicos não são esmolas. São direitos da população. O bom governante é aquele que procura responder a estas demandas com esmero e espirito público. A disposição em concorrer a um cargo público eletivo carrega esta responsabilidade. Deve ser assumida com criatividade e respeito pelo bem comum.
Pe Ari Antônio dos Reis