Tenho a oportunidade, durante a minha estadia no
continente africano, em Guiné Bissau, de acompanhar o 1º Sínodo da Diocese de
Bissau que tem como tema “a nova evangelização”. Recentemente tivemos em Roma, com alcance
mundial, o Sínodo da Família, do qual resultou a Exortação Amores Laetitia. O
evento a que me refiro tem alcance local. É a Igreja particular de Bissau que
está reunida.
O Sínodo é a oportunidade da Igreja local tratar, em diálogo com os agentes de pastoral, delegados pelas Paróquias, temas pertinentes à missão evangelizadora. A preocupação da Diocese de Bissau é como a nova evangelização em um pais onde os cristãos são minoria.
Aqui tem uma forte presença do Islamismo e das Religiões Tradicionais. Nos seus quarenta anos de existência a Diocese fez muita coisa, mas há muito para avançar, por isso a reflexão sobre a nova evangelização.
Constata-se que muitos cristãos, depois de fazerem o processo de iniciação à vida cristã e receberem os sacramentos, retornam às práticas antigas ou misturam o cristianismo com as mesmas em um processo de sincretismo que não permite a verdadeira experiência da fé cristã. No caso do retorno às práticas religiosas tradicionais pode se perguntar porque o encontro com a fé cristã não foi suficientemente profundo a ponto de não gerar o seguimento. São as preocupações da Igreja local e o Sínodo se faz a oportunidade de avançar neste debate.
Nisto me reporto ao Brasil, à arquidiocese de Passo Fundo. Não realizamos um Sínodo, mas um processo de planejamento pastoral que iluminará a missão evangelizadora da nossa Igreja pelos próximos anos. Fizemos o planejamento, o plano da ação evangelizadora está pronto e quer responder a desafios próprios da nossa Igreja particular. Existe uma aproximação com a Igreja de Bissau no que diz respeito ao afastamento das pessoas da prática cristã. Em resposta a isto Bissau está construindo um caminho de resposta. Nós já temos as linhas gerais definidas. Cabe pôr em prática o que definimos iluminados pelo Espirito Santo.
Que Deus inspire estas duas Igrejas, distantes fisicamente, mas próximas pela fé proclamada e pelos desafios a serem enfrentados, cumprirem seu papel na evangelização e anúncio do Reino de Deus!