Nos
últimos anos tem se explicitado uma grande separação entre o que pensa o
Congresso Nacional e as necessidades de boa parte da população brasileira. Por
Congresso entendemos as duas casas: Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Recentemente foi aprovada a PEC 55 que dispõem um teto de gastos para as
despesas do governo. Na verdade, foi
aprovado o descompromisso em fazer investimentos em programas de melhoria das
condições de vida da população, especialmente os mais pobres. Tal projeto foi
votado sem muito debate com a sociedade porque interessava ao executivo, que
por sua vez, deveria responder às cobranças do mercado financeiro ou, diga-se: reservar mais dinheiro para pagamento de juros
da dívida interna e externa, nunca auditada.
Está em pauta o Projeto de Reforma da Previdência e da Reforma Trabalhista. Os discursos dos congressistas que tentam justificar estas reformas vão do alarmismo: “se não fizermos o Brasil entra em colapso” à desfaçatez: “os trabalhadores brasileiros são mal-acostumados, só querem vantagens”.
Nem sempre as palavras pronunciadas pelos congressistas dizem tudo. Os acordos que estão envolvidos nestas reformas são ainda obscuros, até porque, como escrito acima, cada vez mais se explicita uma grande distância entre as necessidades da maioria da população e aquilo que se aprova no Congresso Nacional.
O fato de uma grande empresa financiar campanhas eleitorais de deputados e senadores de diferentes partidos, já conhecidos pelas delações da “Operação Lava Jato e outras operações da Policia Federal, revelam uma pequena parcela de uma pratica perniciosa no meio político partidário. Os congressistas são eleitos por votos populares, contudo seus compromissos são com as empresas que financiaram suas campanhas. Durante o exercício dos mandados tem que responder as exigências das empresas financiadoras com interesses em diferentes projetos de lei em tramitação. Os interesses da população e do Brasil ficam em segundo plano.
Neste sentido é importante perguntar-se sobre as reformas que estão em curso no Congresso Nacional, especialmente da Previdência e Trabalhista. Elas beneficiarão quem realmente? Tudo indica não tornarão fácil a vida da população.