O direito à água!

Postado por: Ari Antônio dos Reis

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Nesta semana assinalamos o dia mundial da água. A referência a esta data é atitude política de grande profundidade, porque convida todos a reflexão sobre o uso e gestão dos recursos hídricos. Em 2014 a Igreja do Brasil, durante a Campanha da Fraternidade tratava desta temática alertando que água, dom de Deus, era um recurso finito e que exigia a sobriedade no seu uso, mas também a atenção dos gestores quando as regras da utilização.

 Muitos lembram da grande seca da década de oitenta do século passado atingindo vários Estados do Nordeste. Assistimos milhares de flagelados lutando para sobreviver porque a falta de água implicava na falta de alimentos e as consequentes atitudes desesperadas em busca de um meio de sobrevivência.

 A Região Sudeste passou por igual tormento. Tal fato foi manchete porque o problema da ausência de água, antes imaginado como “coisa do Nordeste”, chegava ao coração econômico do Brasil e revelava o despreparo dos gestores quanto ao enfretamento do problema. Nas últimas semanas noticiou-se que a falta de água atingiu o Distrito Federal e novamente questionou-se a dificuldade de gestão, agravada pelo fato do racionamento ter se destinado aos mais pobres. 

Estes episódios alertam para algumas preocupações: 1- água como recurso finito, reflexão já proposta pela Conferência dos Bispos do Brasil; 2- necessidade de ampliar a consciência sobre o uso adequado e sóbrio da água, tarefa de toda a sociedade; 3- o uso da água potável segue alguns critérios, sendo que o primeiro é a disposição para o consumo humano e animal; 4- a necessária atenção do Estado para a gestão dos recursos hídricos viabilizada por políticas públicas exequíveis e responsáveis.

As campanhas sobre o uso sóbrio da água são muito importantes. É necessário educar a população e desconstruir a falsa ideia da abundância da água. Em muitas regiões do Brasil há falta de água. Contudo é importante estarmos atentos à responsabilidade dos gestores públicos pela utilização deste recurso. É um direito humano universal e isto tem que ser considerado na gestão pública.    

Por outro lado, há o risco da privatização da água. Grandes empresas sabem dos lugares onde existe água em abundância e tem interesse na exploração comercial.  No caso o direito humano não pode ficar à mercê de interesses comercias. Vale a regra: antes do interesse comercial à agua é um direito humano e isto é inalienável.

Viva a água. Cuidemos desta dádiva divina porque ela tem um fim.

 

Pe Ari Antônio dos Reis

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