Sobre
a Reforma da Previdência muita coisa foi dita e escrita. O que temos certo é
que os trabalhadores serão prejudicados por esta reforma e que os números
apresentados pelo governo não revelam o que existe na realidade.
São apresentadas as planilhas de custos, o volume das entradas, projeções déficits, etc. Contudo não são mencionados os mecanismos para suprir o descompromisso do governo em repor a sua parte no caixa previdenciário e nem os mecanismos para cobrar das empresa devedoras. As redes sociais têm feito esta denúncia com certa insistência. As duas iniciativas, acima citadas, seriam suficientes para repor o propalado déficit. Onerar apenas o trabalhador não é uma solução justa para resolver o problema. Os trabalhadores não teriam culpa no déficit apregoado, até porque o cidadão paga seu carnê enquanto autônomo ou tem a sua parcela previdenciária descontada do salário mensal na condição de empregado.
Outro fato percebido neste processo consiste na dificuldade do governo em dialogar com a população. A maioria dos brasileiros serão atingidos pela reforma providenciaria, caso ela se efetive. A população tem o direito de participar de um debate aberto, transparente e franco sobre o tema, pois não interessa aos trabalhadores um sistema previdenciário falido. O debate permitirá esclarecer a origem do déficit, mas também possíveis caminhos de solução, que não se reduzem aos encaminhamentos propostos ao Congresso Nacional.
A falta de interesse do executivo em abrir canais de diálogo com a população é preocupante. Tratar um tema desta envergadura apenas com os deputados e senadores, parece temerário por diferentes motivos.
Temas importantes para uma nação merecem outras formas de encaminhamento, especialmente aqueles que envolvem as garantias de uma vida justa para os brasileiros.