Ernestina – sempre foi Dona Ernestina

Postado por: Adalíbio Barth

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*Pesquisa do Pároco de Ernestina, padre Adalíbio Barth

O nome do atual Município de Ernestina sempre foi motivo de especulações sobre a verdadeira origem desse nome. Muitas versões, algumas cômicas ou hilariantes, estiveram na boca do povo, durante mais de um século. Não se possuía uma interpretação lógica, possível ou confiável. Mas entre todas as coisas que se falava e transmitia de geração em geração, alguma deveria conter a verdadeira origem. Mas quem poderia imaginar, que nenhuma era verdadeira? Como poderia toda uma população permanecer enganada por tanto tempo?

O colonizador Tenente Coronel Ernesto Carneiro da Fontoura necessitava de um nome para a nova Colônia, recém medida, loteada e prestes a ser comercializada. Deixou sua família em Porto Alegre e veio lotear uma “área devoluta”, no pensamento do governo. No meio da floresta, longe dos seus, agora na reserva do exército, seu pensamento e seu mundo girava em torno da querida família deixada na capital do Estado. Pai de cinco filhos, a mais velha chamada de Ernestina, já lhe dera cinco netos, alegria do avô Ernesto, com a idade de 62 anos. A “Dona Ernestina”, chamada assim por todos os familiares, amigos e vizinhos foi a homenageada com o nome da colonização entre o Jacuí e o Arroio Grande, divisas dos municípios de Nicolau Vergueiro e Victor Graeff. Agora a documentação oficial era registrada com essa escolha ligada à tradição familiar. Os primeiros moradores assumiram logo a denominação de Colônia Dona Ernestina, com a maior naturalidade, postando cartas e cartões postais para muitos lugares do Brasil. E as cartas respostas chegavam com precisão até o seu destino. Tudo isso na primeira década de 1900.

Hoje, a população de Ernestina e região possui, em mãos, o livro “Marcas do Passado e Olhares Para o Futuro”, lançado em março deste ano, onde são apresentados muitos dados sobre a vida de Dona Ernestina, morando sempre em Porto Alegre. Foi uma mãe exemplar, com muita firmeza na educação dos seus cinco filhos. Como explicar que um casal – João Pereira de Barros e Ernestina Carneiro de Barros (sobrenome após o casamento), há cem anos atrás, conseguissem dar uma esmerada educação aos cinco filhos? Mas este casal conseguiu: Dois Generais do exército brasileiro, outro com alta graduação militar, um médico e um engenheiro civil. Foi, sem dúvida, um feito memorável para uma família que, certamente era disciplinada, cultivadora de valores familiares e cívicos indiscutíveis.

Anos mais tarde, ao redor de 1929, houve uma tentativa de impor o nome de Vista Alegre, para todo esse distrito de Passo Fundo. Uma população mais antiga se estabelecera, ocupando uma área, antes de 1900, entre a atual cidade de Ernestina e Tio Hugo, chamada popularmente de “Rua 15”, e chamavam este local de Vista Alegre. Mas o nome não vingou. Sempre prevaleceu o nome de Colônia Dona Ernestina, nome dado pelo Ernesto Carneiro da Fontoura, ao fazer a colonização do atual município de Ernestina.

Foto: Família de Ernesto Carneiro da Fontoura. Foto, entre Natal e fim de ano de 1899. Ao centro, o casal. Ernestina, à direita deles com o filho mais novo, Adalberto. Os três meninos na 1ª fila são dela. E também o menino maior, atrás dela, ao lado do pai.

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