A tempestade não passa!

Postado por: Ari Antônio dos Reis

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O excesso de chuvas nos últimos dias, extremamente prejudicial para agricultores e famílias desabrigadas exige da comunidade mobilização e solidariedade com os atingidos. Na medida do possível está se tentando fazer alguma coisa.

Estamos passando por outra tempestade, de diferentes dimensões, que deve provocar a uma profunda reflexão em todos os brasileiros: refiro a tempestade ética, política, social e econômica pela qual o Brasil atravessa. Esta, aparentemente, não sugere a possibilidade de arco-íris no horizonte sem uma intervenção profunda na forma como se concebe e exerce a política no país.

A forma equivocada do agir político que tem implicações profundas na vida de todos os brasileiros. No que diz respeito à ética a pergunta que se faz é sobre quem será preso no dia seguinte, ou qual será no nome envolvido em alguma das operações da Policia Federal divulgadas pela imprensa. Aquilo que era o extraordinário virou fato corriqueiro. Estes fatos revelam que o agir político no Brasil estava a muito tempo contaminado pela promiscuidade entre o público e o privado, onde a busca do bem comum, sentido da política, foi substituída pela busca do enriquecimento a todo custo. 

Sobre a economia, ciência que cuida das coisas da casa, a preocupação se dá em nível da macroeconomia propondo-se reformas limitadoras dos direitos da população como “único caminho” para tirar o Brasil da crise. Será isto mesmo? Não teríamos outras alternativas?

A crise afeta a todos. Mas afeta de forma mais direta a população pobre que fica desempregada, obrigada a recorrer ao emprego informal vendo as condições de sobrevivência cada vez mais difíceis. O histórico quadro de desigualdade social brasileiro tente a se agravar.

Esperemos que tempestade enquanto fenômeno climático alivie. Não temos domínio sobre o clima. Apenas podemos nos precaver sobre maiores prejuízos.

No caso da tempestade ética, política, econômica e social somente uma profunda reforma política nos colocará nos rumos de um país mais justo.

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