Uma das prioridades de nossos imigrantes, ao chegarem ao Brasil e mesmo após a migração interna, era definir o sistema de educação infantil das crianças. Na ausência de professores do município, eles mesmos escolhiam alguém que pudesse exercer essa nobre missão. Recebia total apoio da comunidade, neste tempo ainda de organização. Tornava-se pessoa estimada e liderança de muito respeito.
Em Ernestina, quem se preocupou por primeiro pela educação foi o Sr. José Carlos Jersch, em 1925. Como a tarefa do magistério sobrecarregava o seu tempo, passou esta missão de lecionar à sua filha Ida, que tinha apenas 15 anos. Não havendo salão com espaço suficiente para os alunos, ministrava as aulas na cadeia local, onde não havia presos.
Destacou-se igualmente João Clemente Elsing que abriu escola em sua residência, em 1936. Funcionava até a 4ª série. Ensinava duas línguas: português e alemão. A comunidade pagava o professor Pedro Fredolino Schneider. Usavam a lousa para escrever com um lápis especial. A disciplina era muito rigorosa. Quem não fazia a lição de casa, recebia castigo, ou colocando o aluno de joelho ou recebia uma surra com vara. Os antigos contam até hoje que iam à escola com duas calças e as meninas “bem agasalhadas”.
Já no início de 1940 iniciou o “Grupo Escolar Dona Ernestina”, que deu origem à atual Escola Raimundo Correa. E no início dos anos de 1960 foi construída uma escola nova, a famosa “brizoleta”, agora com o nome de Escola Raimundo Correa. A população, todavia, foi aumentando e havia necessidade de uma escola maior. Quem doaria a área para essa finalidade? O Frei Lúcio, pároco da Paróquia São José de 1954 até 1965, seguindo os trâmites legais, doou 4.800m² para a Prefeitura de Passo Fundo, dentro de uma área maior, já adquirida pela Mitra Diocesana de Santa Maria, na data de 21.01.1951, pertencente ao Sr. João Dornelles Sobrinho. Era o dia 06.12.1963. E a Prefeitura de Passo Fundo ofereceu-a ao Estado, com a finalidade de construir uma escola para o distrito de Ernestina. Assim nasceu a escola Raimundo Correa, a escola estadual do município, que oferece o ensino médio a todos os jovens, desde 1986.
Particularmente, em Ernestina funcionam atualmente duas escolas de ensino fundamental no interior do Município: A escola João Alfredo Sacchser, em Três Lagoas e a escola Osvaldo Cruz, na Esquina Penz. A escola municipal Educarte, acolhe os alunos da rede municipal, na cidade. A escola de educação infantil – Dr. Orlando Rojas – acolhe mais de uma centena de crianças, na sede do município.
Os distritos e municípios pequenos continuam encaminhando seus jovens para os cursos de graduação universitária, para os centros maiores, que os acolhem em seus bancos escolares. Todavia, continua a lógica da oferta e procura: Depois de formados, dificilmente retornam às origens. E os centros maiores se enriquecem com as profissões de gente formada às custas dos centros menores.
Foto: Primeira escola de Ernestina. Gravura da época