Neste
dia 20 de julho celebra-se o dia do amigo. Todos tivemos experiências marcantes
no que diz respeito à amizade. Algumas são de dor e de sofrimento partilhado.
Outras são de alegria e jubilo, também partilhados. Surgem alguns momentos de
distanciamento e outros de aproximação, contudo sem perder a base de afeto. A graça é que não vivemos estas experiências
sozinhos, mas com os amigos, pessoas que Deus colocou em nosso caminho e que em
certa altura da caminhada se tornaram parte da nossa vida.
A amizade pode começar por um encontro inusitado, pela experiência de trabalhar juntos, nos bancos escolares, na faculdade, quem sabe no futebol ou lazer; pode se dar pela vizinhança. Os contextos são diferentes e os graus de pertença mútua vão se efetivando também de forma diferente. Aqui aparece o mistério do ser humano que é único e reage de forma diversa diante das provocações da vida. No chão desta vida, marcada pela luta pela sobrevivência, as vezes com dor, sofrimento e preocupação, nascem as amizades.
Este caminhar afetivo exige a paciência, o calar, a capacidade de escutar. O falar quando é necessário. Dele faz parte a cobrança fraterna sem exceder-se para a humilhação; também o bater no peito reconhecendo o erro, o qual só alguém que nos quer muito bem é capaz de apontar. E faz isso com amor e carinho. Certamente surge alguma ou outra discussão. É natural quando se tem histórias diferentes e concepções de mundo diferentes, visto que a amizade não significa pensamento único. Não existiria amizade sem o perdão porque se não somos máquinas reguladas para não errar. Mas, diante disso, Deus nos dá a capacidade de perdoar e provoca em nós a humildade de pedir perdão.
A amizade é esta experiência bem humana. Permite a pertença ao outro e ao mesmo tempo a posse do outro, sem que isto se torne algo doentio ou opressivo, justamente porque esta pertença mútua é construtiva e fortalece o ser humano diante das provações da vida. Jesus em certa altura da missão chamou seus discípulos de amigos porque foram construídos laços tão profundos que extrapolavam outras formas de relação.
Esta profundidade do afeto e do carinho que amizade concede nos faz bem, torna a vida mais leve. Aqui está o encontro do humano com o divino. Humano porque nós somos os protagonistas deste processo. Divino porque Deus vai nos inspirando neste caminhar.
Neste dia agradecemos a Deus por ter nos dado os amigos; agradecemos os amigos por serem nossos amigos.