A palestra para os
jovens do ensino médio, em determinada escola, transcorria bem animada e
participativa. O assunto era atraente: O relacionamento dos pais com os filhos.
Seguidas vezes o palestrante era interrompido com observações interessantes, numa interação entre alunos e professores, todos interessados em clarear situações constrangedoras porque passavam em suas vidas. Às vezes algum jovem era aplaudido, porque demonstrava uma atitude corajosa, se exaltava e defendia suas ideias, com veemência.
Mas o momento mais constrangedor foi provocado por uma jovem que se apresentou muito liberal e aberta às novas situações da vida de nosso tempo:
- Eu acho que tudo o que foi falado hoje à noite aqui, é uma conversa muito moralista e antiquada. O negócio, hoje em dia, é o agito. Não dá para se basear nos tempos de nossos pais em que não havia nenhuma balada. O nosso tempo é o do agito.
Os colegas não se manifestaram e o ambiente ficou bastante silencioso, ouvindo-se apenas pequenos comentários entre vizinhos de cadeiras.
Um ano após, tendo encontrado o padre daquela comunidade, que também participara do encontro com os jovens, recordando a palestra daquela noite, pedi-lhe:
- Escute, como está aquela jovem do “agito”?
E a resposta veio-me no meio de um sorriso:
- Ela agitou-se demais. Domingo passado fiz o batizado de seu filho. É mãe solteira.