No
dia 15 de outubro, durante a Oração do Angelus,
dia da beatificação dos Mártires de Uruaçu e Turuçu – RN, o Papa Francisco
anunciou a realização de um Sínodo para a Amazônia em 2019 com o objetivo de “identificar
novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus,
especialmente os povos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas
de um futuro sereno, também por causa da crise na Floresta Amazônica, pulmão de
fundamental importância para o nosso Planeta”. O Sínodo é um encontro de Bispos
e especialistas voltado a tratar um tema especifico concernente a missão
evangelizadora da Igreja. Recentemente aconteceu o Sínodo sobre a Família e em
outubro 2018 vai acontecer o Sínodo sobre a Juventude.
Para muitos este anúncio não é surpresa, visto que, em diversas vezes ele fez questão de externar sua preocupação com a Amazônia. Na Encíclica Laudato Si, publicada em 2015, tratou do tema, relacionado à preocupação com a casa comum (LS 35).
O anúncio do Sínodo lembra a nós a capacidade do Papa Francisco surpreender em nome do seu compromisso com a humanidade, a partir do evangelho de Jesus Cristo. Logo no início do seu pontificado foi a Ilha de Lampedusa, no sul da Itália, onde denunciou a calamitosa situação dos migrantes africanos que tentavam chegar a Europa, também denunciando, naquela ocasião, a “globalização da indiferença” diante do sofrimento humano. Durante o conflito na Síria, quando as potências mundiais ventilavam a possibilidade de atacar o país, ele convocou um dia de oração pela Síria chamando a atenção para a irracionalidade do belicismo.
O anuncio do Sínodo para a região Pan-amazônica (configuração geográfica que abrange nove países e não apenas o Brasil) vai colocar aquela região no centro dos debates eclesiais e do mundo pela importância que tem.
Recentemente a região Amazônica foi objeto de notícias quando o Governo Federal liberou a mineração em uma área de Reserva Ambiental, a RENCA. Felizmente, devido às pressões internas e externas voltou atrás na decisão que seria desastrosa para os povos indígenas que habitam ali e para a conservação ambiental. Contudo revela os interesses do capital naquela região. Para este a Amazônia não é o pulmão do mundo, mas uma região que pode ser explorada a todo custo.
Rogamos ao Pai que este Sínodo acorde nos brasileiros e nos habitantes das nações vizinhas o espírito de zelo e cuidado para aquela região da qual todos dependemos.