O casal estava aproveitando a sombra da tarde, sentado para uma boa prosa na varanda da casa, quando avistaram seu vizinho, vindo na direção deles. Era uma pessoa muito tranquila e não esquentava a cabeça devido a problemas existentes.
- É o seu Manoel – diziam. - Finalmente nos vem visitar. Será que aconteceu algo de especial?
- Acho que não, porque vem tão devagar – repetiam.
E o seu Manoel veio. Depois das saudações habituais do homem do interior, falaram da saúde de todos, do tempo, das plantações e das criações. Depois ela lhe ofereceu um cafezinho.
- Aceita um cafezinho, seu Manoel?
- Aceito, sim! Faz bem à saúde!
Depois dos elogios ao bom cafezinho, finalmente perguntou:
- O senhor tem um cavalo que fuma?
- Não, seu Manoel! - E nenhum cavalo fuma – respondeu surpreso.
- Ah, então, se é assim, o seu galpão pegou fogo, tem muita fumaça, eu vim avisar.
O casal saiu em louca disparada para apagar o fogo e conseguiram ainda salvar coisas valiosas.
Vivemos num mundo
agitado, com pressa em realizar coisas e cumprir uma agenda repleta de
afazeres. Mas há pessoas que não esquentam a cabeça para correr atrás de
capital, de enriquecimento e de amontoar coisas e bugigangas. Vivem de outra
forma. Só querem o mínimo para viver bem e se contentam com pouco. Nós sabemos
respeitá-las e dar valor a seu modo de ser?