Um
jovem, de certa família do interior, nunca se sentia motivado para o trabalho
agrícola. Usava uma desculpa um tanto duvidosa, pois sempre dizia: “Deus não
quer que eu trabalhe”!
E assim, ficava em casa realizando pequenos serviços domésticos. Dispensava-se das ocupações mais pesadas que a plantação exigia. Na hora das refeições, todavia, era o primeiro a sentar-se à mesa. Todos os membros da família estavam chateados com essa situação constrangedora.
Depois de muita insistência da família, falando sobre o valor e a dignidade do trabalho humano, finalmente resolver encarar o desafio de trabalhar na lavoura. Trajado com a indumentária própria para as lides agrícolas, com uma enxada nova em suas mãos, reservada há muito tempo para ele, parecia um fiel escudeiro pronto para executar as tarefas planejadas por um mestre.
A alegria se espalhou por toda casa. Havia largo sorriso na fisionomia de todos os familiares vendo-o trajado, pronto para o trabalho. Felizmente, não precisaram de psicólogo para auxiliar na motivação. As pequenas intrigas familiares chegavam ao fim. Agora, só restava regozijo e indescritível contentamento.
Quando se preparou para sair da porta da casa, eis que iniciou uma forte chuva impedindo a realização de qualquer serviço de campo. O novel trabalhador voltou-se então aos familiares e desnorteou-os com a inesperada explicação: “Estão vendo, Deus não quer que eu trabalhe!”
Qual o sentido do trabalho humano? Por que trabalhar? De que maneira a pessoa pode servir a sociedade? São Paulo nos diz: “Quem não quer trabalhar também não deve comer” (2 Tes 3,10).