Onde estão as saídas?

Postado por: Adalíbio Barth

Compartilhe
Em nossa sociedade, tanto na vida econômica, social, política, cultural ou religiosa, analisa-se os problemas, refletem-se com muita propriedade as mais diferentes situações, mas sempre é difícil encontrar-se saídas fáceis, soluções que viabilizam este ou aquele projeto. Parece que todos querem as soluções prontas para isso ou aquilo. Daí o sucesso das consultorias, os estudos e as pesquisas científicas, enfocando realidades aparentemente insolúveis e apontando pequenos caminhos. Outras vezes somente animam a buscar mais, aprofundar o assunto em questão, ampliar os horizontes, na certeza de que, numa visão mais ampla, se percebam outros ângulos ainda não estudados.

Para ilustrar a reflexão, conta-se que um jovem caçador, em tempos de caça permitida, entrou numa selva à procura de uma presa fácil. Ele, todavia, andando de um lado a outro da mata espessa, viu-se perdido na densa e vasta floresta. Durante três dias comia das frutas que o matagal oferecia. Procurava sair do mato, mas não encontrava caminhos. Ia de um lado a outro e nas partes mais altas somente avistava a extensa selva cerrada a perder-se de vista.

Numa dessas desnorteadas andanças, ouviu estranhos estalidos de folhas secas, rompendo a paz e a calmaria da mata silenciosa. Eis que um senhor de meia idade caminhava vagarosamente, com uma arma às costas:

- O senhor quem é? – perguntou o jovem caçador confuso na selva.

- Olha – respondeu-lhe prontamente. – Eu sou um caçador perdido nesta floresta há mais de um ano e não encontro nenhuma saída.

- Então, o senhor não me pode ajudar. Estou perdido há três dias e busco uma saída – observou-lhe o jovem caçador.

- Posso ajudá-lo sim – observou-lhe prontamente o caçador. - Pela minha experiência em procurar caminhos, durante um ano, não lhe posso apontar saídas, mas posso explicar-lhe aonde você não precisa procurar saídas.

Em muitos assuntos do dia-a-dia da vida, não encontramos soluções fáceis. Muitos já tentaram, mas não conseguiram. Saibamos, todavia, que não somos nós os primeiros, os únicos, nem os últimos a procurar caminhos. Nem queiramos sempre partir do ponto zero. Tudo o que existe hoje de moderno, houve pessoas que tentaram antes e outras que já aperfeiçoaram o que existe. Não nos esqueçamos também que, na busca da verdade, Jesus nos dá o Espírito Santo, que nos ilumina os caminhos: “Ele vos conduzirá a toda verdade” (Jo 16,13).

Leia Também Viver à altura do Evangelho A Palavra de Deus O menino e as uvas Ciência: aprender com o passado e olhar para o futuro