A menina, ao retornar da escola, sentiu-se motivada a fazer um concurso para modelo. Esperou ansiada para contar seu desejo e sonho à mãe.
Quando ela retornou para o almoço, a pequena sonhadora já estava esperando na porta. Não parava de falar de seu projeto de ser modelo e das motivações: “Podemos ganhar muito dinheiro, viajar pelo mundo, sermos famosos e aplaudidos, ir à televisão e um monte de coisas”.
A menina conseguiu despertar o mundo das vaidades que se esconde nas pessoas, que pensam em ganhar dinheiro fácil, honra e fama.
Quando chegou o pai, formou-se um coro de reivindicações: “Troque seu horário de trabalho de hoje à tarde, precisamos ir logo às compras, não podemos frustrar os sonhos da menina, precisamos apoiá-la, todas as portas vão se abrir para nós”. E assim o fizeram.
Dia seguinte, voltou o filho adolescente da escola e manifestou o desejo de participar de um retiro vocacional no Seminário. A conversa mudou radicalmente: “Ah, meu filho, este assunto de ser padre, é coisa muito séria, você deve pensar mais, pode ser somente fogo de palha, não temos dinheiro para o ajudar, temos que conversar bastante, o que vão dizer os seus amigos, você tem que ouvir a família”!
O rapazinho ficou totalmente desestimulado, por que constatou dois pesos e duas medidas: para a vaidosa menina, tudo. Para ele, no desejo de doar-se aos outros, nada.
Nossas famílias não apoiam a vocação sacerdotal, porque, no momento, a vida religiosa, não tem muita estima, visibilidade e status social. A maioria de nossos cristãos possuem somente o básico de conhecimentos. Não apoiam nem estimulam para que os jovens sigam o caminho da vocação a que Deus os chama.
Para a vaidade sempre há dinheiro. Ainda mais, quando abre a possibilidade de se conseguir mais dinheiro ainda. Os sonhos de se tornarem felizes, com muita riqueza, faz pulsar o coração humano, ansioso pelos aplausos e reconhecimento. Todavia, os sonhos viram pesadelos quando desmoronam projetos de fulgor transitório.