Na
vida pastoral de uma comunidade, nada melhor do que conhecer a realidade,
visitando as famílias, mantendo um contato personalizado com todos. Os dados
familiares oferecem informações seguras para o planejamento da ação pastoral. Tudo
isso, todavia, necessita muita dedicação e perseverança. Não é fácil encontrar
as pessoas em casa, devido ao trabalho exigente, tanto na indústria, quanto no
comércio e serviços. Retorna-se à casa uma ou duas vezes, ninguém atende, e não
se sabe como proceder. Alguns somente são encontrados em seus postos de
trabalho.
Ao bater numa residência, no primeiro horário da manhã, alguém respondeu de dentro da casa:
- Já vai!
Tendo aguardado vários minutos e não sendo atendido, novamente foi tocada a campainha. E de dentro da casa, novamente se ouviu alguém dizer:
- Já vai!
A voz, todavia, apresentava leve rouquidão. Parecia uma pessoa doente, acamada ou portadora de necessidades especiais.
Qual nada! Na terceira tentativa para localizar alguém na casa, o mistério foi desvendado: era um papagaio, treinado para essa observação.
A comunicação pessoal está cedendo lugar à comunicação virtual. É cada vez mais difícil conseguir falar com a pessoa responsável: o diretor, o gerente, ou o administrador. Nota-se uma sede de encontro de pessoas para o diálogo e para a partilha de projetos. Infelizmente são corporativismos que surgem para a defesa de interesses classistas e de interesses econômicos.
*** A Fundação Cultural Planalto de Passo Fundo salienta que o texto reflete a opinião de seu autor.