Depois da caminhada quaresmal,
fundada na espiritualidade da oração, do jejum e da esmola, reforçada pelo
compromisso proposto pela Campanha da Fraternidade, a superação da violência, chegamos
ao Tríduo Pascal. No domingo passado refletimos a entrada de Jesus em Jerusalém
acolhido pelas pessoas de forma espontânea com gritos de “bendito o que vem em
nome do Senhor” e “Hosana ao filho de Davi”. Era o Rei diferenciado, servidor e
solidário aos pobres, que estava chegando. Permaneceu na cidade de Jerusalém
dando o testemunho profético e de amor em nome do Pai e denunciando os poderes
humanos que não geravam vida, mas dor e sofrimento para o povo. Por isso, foi
vítima da articulação que tramou a sua morte.
A caminhada quaresmal e a celebração de Ramos antecedem o Tríduo Pascal que começa nesta quinta-feira. É a oportunidade de uma profunda experiência espiritual a partir do encontro com o Crucificado-ressuscitado.
Na quinta feira rezamos as duas referências importantes para os discípulos e a humanidade: a eucaristia e o serviço, simbolizados na Ceia e no Lava-pés. Estas duas referências eclesiais se deram em meio a denúncia ao grupo dos doze da traição de Judas Scariotes. Contudo, mais forte que a traição de Judas foi a memória da Eucaristia e o testemunho do serviço deixados como heranças para os seguidores de Jesus.
Na sexta se deu o enfretamento da cruz porque o Filho de Deus amou a humanidade até o fim e fugiu da cruz. Enfrentou-a com dignidade e coragem. O silêncio de Jesus era o contraste em relação a histeria e os gritos dos seus acusadores. No final da caminhada do calvário um oficial romano o reconheceu como Filho de Deus (Cf. Mc 15,39).
O Domingo da Ressurreição permitiu outro alento para a humanidade pela vitória de Jesus sobre a morte. Sempre é bom lembrar que a última realidade sobre Jesus é a Ressurreição. Deus o ressuscitou e o fez Senhor do céu e da terra. Esta nova realidade sustenta a vida de fé dos cristãos. Nos cremos no Ressuscitado.
O Tríduo Pascal convida a oração e a reflexão a partir daquele que nos trouxe a salvação e foi as últimas consequências por esta proposta. No final celebremos a vitória de Cristo. Ele ressuscitou e nos convida a esta alegria.
Pe Ari Antônio dos Reis