Uma das
ideologias que mais atormentaram o mundo, no século XX, foi o comunismo.
Implantado na Rússia, em 1917, com a primeira guerra mundial, permaneceu como
regime político até 1991, quando começou um processo de abertura, pois a
economia russa faliu e não havia mais outra saída do que implantar o mercado
livre, com livre iniciativa e a liberdade. As pessoas de outros países também
podiam agora visitar este país, pois antes esta possibilidade era quase nula.
Oito anos após a queda do muro de Berlim, estive em Moscou, junto com um irmão meu para conhecer a nova realidade do país socialista. Até os missionários católicos podiam agora estabelecer-se ali e retomar a evangelização proibida desde 1917. Um amigo missionário, conhecedor da língua russa, nos acolheu e nos mostrou a cidade de Moscou e arredores.
Estando na enorme Praça Vermelha, rodeado de sete Igrejas ortodoxas, em frente ao mausoléu de Lênin, nosso amigo entabulou conversa com um cidadão local, que nos deixou perplexos com uma pergunta que, em outros tempos, jamais poderia ser feita:
- Quem inventou o comunismo, foram os filósofos ou os cientistas?
Traduzida a pergunta, respondemos ao interlocutor, que tudo traduzia para a língua local:
- Foram os filósofos.
- Certo! – respondeu o russo, com ânimo exaltado. E completou: – Porque se tivessem sido os cientistas teriam experimentado o comunismo primeiramente nos animais, para ver se funcionaria.
As ideologias com seu radicalismo continuam a oferecer programas de ação que desestabilizam povos e nações. O ditado já nos diz: passam as ideias, depois passam os canhões. Sempre foi assim, semeia-se ventos e colhe-se tempestades. Quando se impõe ideologias pela força, provoca-se violência, elimina-se a liberdade e cria-se um Estado policial.
*A Fundação Cultural Planalto de Passo Fundo salienta que o texto reflete a opinião de seu autor.