Política, caridade e bem comum!

Postado por: Ari Antônio dos Reis

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A política é a mais perfeita forma de caridade.  Esta expressão foi pronunciada pelo Papa Pio XI, reforçada pelo Papa Paulo VI e recentemente retomada pelo Papa Francisco.  É a perfeita forma de caridade porque está a serviço do bem comum, o objetivo primeiro da política segundo a Doutrina Social da Igreja. É missão do agir político fazer o bem comum se plenificar permitindo que todos tenham uma vida boa, digna e feliz.

Neste caso a política é instrumento e não fim. Ela não se basta a si mesma, mas está a serviço de algo maior, o bem comum das pessoas. É exercida em diferentes âmbitos: familiar, associações, sociedade, via partidos políticos. A política partidária é uma das formas do exercício político, aberta para a toda a população. Não participar da política, inclusive a partidária, é uma decisão política e tem suas consequências.   

O hiato que se criou entre a vida cidadã e a política tem permitido as situações que temos acompanhado. Parte de nossos representantes nos poderes legislativo e executivo estão envolvidos com situações contrárias a justiça e ao bem comum. Uma boa parcela das demandas dos Tribunais Superiores envolve questões éticas do exercício dos mandatos eletivos.

Estas demandas do judiciário não são questões próprias do exercício do mandado, mas o “mal” exercício do mandato, a partir do princípio da apropriação do bem público para interesses particulares, só alcançado pela obtenção de um mandato, seja no poder executivo ou no legislativo.

O número de políticos escondendo-se no princípio do “fórum privilegiado”, presos ou em vias de detenção é preocupação de toda a nação e revela o nível de corrupção no meio político. Neste caso a política deixa de ser a arte de buscar o bem comum para transformar-se em arte da mentira e da enganação.

Tal situação só será revertida se a população recuperar o princípio primeiro da política. Fazê-la instrumento para construção do bem comum, como exercício de caridade transformadora em nível pessoal e social.

*A Fundação Cultural Planalto de Passo Fundo salienta que o texto reflete a opinião de seu autor.

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