Começou ontem no
Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida a 56ª Assembleia dos Bispos do
Brasil. É sempre um momento marcante na vida do episcopado brasileiro,
desafiado a viver a colegialidade e comunhão numa época em que a Igreja é cada
vez mais atacada, via redes sociais, por posicionamentos fundamentalistas e
estreitos, fundados em concepções totalmente alheias aos princípios do
evangelho.
Nesta linha de “não raciocínio” falar do compromisso com os pobres é comunismo; atender o ser humano respeitando a sua dignidade é ir contra doutrina eclesial, não fazer missa show é falta de criatividade. Contudo é basicamente fidelidade ao evangelho de Jesus. A Igreja segue um caminho de seguimento a Jesus Cristo, aquele que em nome do amor de Deus se fez presente no mundo, não para condenar o mundo, mas salvá-lo (Cf. Jo 3,17). O compromisso da Igreja é com Jesus e seu evangelho e não com posturas politicas reacionárias ou modismos litúrgicos.
O fato de se reunirem por dez dias para rezar juntos, ouvir a Palavra de Deus, partilhar da Eucaristia no compromisso de fraternidade, apesar das diferenças, é um sinal visível de unidade eclesial. A Igreja acolhe a diversidade, mas não deixa de caminhar em comunhão. São 308 bispos em atividade, pastoreando 177 arquidioceses, dioceses ou prelazias. Estão preocupados, insisto, com a evangelização, ou seja, o anuncio do evangelho de Jesus Cristo a todas as pessoas: aqueles que nunca ouviram falar de Jesus, os afastados do seu seguimento e os que buscam de forma lúcida e sincera seguir os passos do Nazareno.
O tema central da Assembleia deste ano é a Formação Presbiteral. Serão discutidos os caminhos para a formação dos futuros presbíteros e também a formação permanente daqueles que já assumiram o ministério ordenado. Este debate é necessário para garantir a qualificação, o testemunho e a idoneidade daqueles que assumem o ministério presbiteral.
Este serviço é assumido em uma sociedade em crise, com dificuldades de dialogar, de compreender o diferente, uma sociedade que precisa se converter. A boa formação dos futuros presbíteros e dos que estão na missão é crucial. Terá bom êxito se for acompanhada pela formação profunda dos cristãos leigos, homens e mulheres de fé que agem na Igreja e na sociedade a partir do seu compromisso de batizados. Nestes tempos de dificuldades precisamos dar as razões da nossa esperança e ela se fundamenta em Jesus Cristo, o Filho de Deus estendendo-se para o esmero na preparação dos agentes de pastoral, presbíteros e leigos.
*A Fundação Cultural Planalto de Passo Fundo salienta que o texto reflete a opinião de seu autor.