Celebramos
nesta semana o dia do trabalhador e trabalhadora com poucos motivos para
comemorar e muitas preocupações. Cito algumas: aumento do número de
desempregados, precarização das relações de trabalho, insegurança jurídica nas relações
de trabalho, aumento do trabalho informal.
Infelizmente esta e a realidade do trabalho no Brasil. A crise que chegou em meados de 2015 fez aumentar o número de desempregados, que hoje se aproxima em 12% da população ativa, e pressionou o governo a tratar da Reforma Trabalhista sob o argumento que aumentaria o número de vagas. Foi uma grande ilusão.
A Reforma foi pouco discutida com a sociedade civil, e efetivada com muitas lacunas. Logo após a aprovação o Governo Federal editou a Medida Provisória 808 ajustando alguns pontos considerados polêmicos com vistas de diminuir a conflitividade e garantir alguns direitos mínimos. Esta medida perdeu a validade e hoje se vive um cenário de incertezas.
As relações de trabalho pela importância na vida humana e na economia de um país exigem amplo processo de discussão antes de qualquer iniciativa em termos de sugestão de leis de regulação sob risco de prejudicar ou privilegiar um lado ou outro.
De parte dos trabalhadores há tempos se denuncia a precariedade no exercício laboral e defasagem salarial. Lembramos também que seguidamente surgem denúncias comprovadas de trabalho análogo à escravidão, tanto no meio urbano como no meio rural. De parte da classe empregadora reclama-se da defasagem das leis trabalhistas e as dificuldades quanto a manutenção de empregados, sobretudo pela indústria das reclamações trabalhistas.
A Reforma Trabalhista pelo que se percebe não aliviou a situação. Empregadores e empregados vivem situação de insegurança. O nível de desemprego tem aumentado, bem como a procura do trabalho informal ou o trabalho precarizado, caminho possível para quem busca a todo o custo a sobrevivência na sociedade.
Infelizmente nossos gestores públicos estão sem força política e moral para qualquer iniciativa em vista de aliviar esta tensão. Apesar do tempo ensolarado no dia 1º de maio o horizonte para os trabalhadores não se mostrava animador. Esta nublado. Esperamos que isto não perdure por muito tempo.
*A Fundação Cultural Planalto de Passo Fundo salienta que o texto reflete a opinião de seu autor.