Uma congregação de Irmãs de vida consagrada do Brasil aceitou abrir uma missão em Moçambique, na África, a pedido de um bispo local. Um grupo de três religiosas partiu alegre e feliz, pois o carisma delas contemplava a missão “ad gentes”, como um trabalho prioritário de evangelização.
Após enfrentar todos os trâmites legais, finalmente chegaram ao local. Inteirados do trabalho de promoção humana e cristã que iriam assumir, iniciaram aos poucos esta tarefa, na certeza de que a parábola do bom samaritano não fora contada em vão por Jesus. Ajudavam em tudo e a todos que necessitavam. Atraíram a atenção da população pelo jeito de ser e testemunhar convicções profundas de amor a Deus e ao próximo.
Depois de um certo tempo, já faziam parte da vida local, participando em todas as ações da vida comunitária. Eram bem aceitas e por toda parte, a presença das missionárias era certeza de um encontro alegre e motivador.
Um dia, uma menina se aproximou de uma das Irmãs e com um olhar triste lhe dizia:
- Irmã! Aqui todos gostam da senhora. Que pena que você não pode ir para o céu!
- Mas por que não posso ir para o céu? – estranhou a Irmã com a pergunta feita.
- Porque a senhora não é muçulmana! – completou a menina.
Surpreendida com esta observação que revelava todo fanatismo de uma doutrina, a religiosa marcou uma entrevista com a garota para dar-lhe todas as explicações sobre a doutrina cristã. Ela falou com sua mãe e marcaram a visita em sua casa.
O que é evangelizar? Como age o missionário no meio de culturas e doutrinas diferentes? Por que existem tantas teorias radicais em nosso meio? Por que as pessoas tendem a dominar a mente dos outros e assim escravizá-las e tirar-lhes a liberdade de pensar e decidir?
*A Fundação Cultural Planalto de Passo Fundo salienta que o texto reflete a opinião de seu autor.