Em
tempos de preparação para a Festa de Pentecostes, a manifestação do Espirito
Santo aos cristãos, recorda-se a oração pedindo os diferentes dons: sabedoria, entendimento, fortaleza, ciência,
conselho, piedade, temor de Deus.
São dons que ajudam o cristão a viver melhor sua condição de discípulo de Jesus. A oração ao Espirito Santo parte da certeza que a pessoa por suas próprias forças não consegue dar conta dos seus compromissos. Precisa da força do Espirito de Deus, o Espirito Santo, para agir no mundo segundo os princípios do Reino anunciado por Jesus Cristo.
E os tempos atuais revelam uma série de situações preocupantes. Na exortação Evangelii Gaudium o Papa Francisco sugere à cada comunidade a vigilância e a capacidade de estudar os sinais dos tempos (cf. EG 51). Escreve ainda: algumas realidades hodiernas, se não encontrarem boas soluções, podem desencadear processos de desumanização tais que será difícil depois retroceder (cf. EG 51). O Papa enumera alguns desafios do mundo atual os quais cito: economia que gera exclusão, nova idolatria do dinheiro, dinheiro que governa em vez de servir, desigualdade social que gera violência, desafios culturais, desafios da cultura urbana (cf. EG 53ss).
Estamos envolvidos nesta realidade. Faz parte do nosso mundo. É o lugar do viver. É o lugar do agir cristão, pois é neste mundo, repleto de contradições que construímos a nossa salvação, não de uma forma individualista, mas dialogante com as pessoas e o lugar. Segundo o teólogo Edward Schillebeeckx: fora deste mundo não há salvação.
A força do Espirito Santo, aliada à nossa inteligência, permite a capacidade de ler “os sinais dos tempos”, ou seja, os fatos da realidade sob a ótica da fé. Além da leitura vê-se a necessária capacidade de agir diante destes sinais, percebendo o que está em comunhão com o Reino de Deus e o que é contrário. É o desafio para a Igreja e também o desafio para cada cristão.
*A Fundação Cultural Planalto de Passo Fundo salienta que o texto reflete a opinião de seu autor.