Estou falando com Ele!

Postado por: Adalíbio Barth

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Padre João, ao entrar numa igreja, admirava a bela construção feita com refinado bom gosto, orientado por arquitetos de comprovada sensibilidade religiosa. Todas as linhas arquitetônicas, as luzes e as cores ressaltavam a centralidade do altar. Caminhando em passos lentos valorizava os detalhes dessa obra admirável, orgulho da comunidade cristã. Uma capela lateral, chamada de “capela do Santíssimo”, guardava a reserva eucarística. Nesse local, os fiéis faziam suas orações particulares, em local silencioso, próprio para refletir e meditar sobre Deus e a realidade da vida humana.

Reparou ali a presença de uma menina, ajoelhada num genuflexório, compenetrada em suas orações. Segurava uma flor em suas mãos, fixando seu olhar em direção ao sacrário em frente.

Esta cena insólita chamou-lhe atenção. Começou a refletir: O que ela está fazendo? Qual o seu grau de consciência religiosa? Está cumprindo alguma promessa, pedindo, agradecendo ou louvando a Deus? Ou será mais uma prática ritualista?

Como pessoa desconhecida do lugar, pensou arrancar-lhe provas de convicções supersticiosas e reprováveis crendices. Dirigiu-se até onde ela se encontrava rezando e perguntou-lhe:

- Menina, o que você está fazendo aqui?

- Estou falando com Ele! – respondeu-lhe carinhosamente, apontando o dedo na direção do tabernáculo.

- Com quem?

- Com Ele! Não sabe que Jesus está aqui? – continuou a insistir.

- Mas eu não vejo ninguém.

- Quando o Senhor fez catequese, não aprendeu isso?

Com essa inesperada pergunta, o improvisado entrevistador desistiu de inquirir-lhe mais, pois sentiu-se impressionado e surpreso com a firmeza de convicções da pequena aluna de catecismo, dando-lhe agora certeza da eficácia da doutrina ensinada aos pequenos.

A criança, em sua inocência, tem o coração e a mente abertos e sensíveis à compreensão do mistério. Tem uma intuição da verdade revelada por Deus, na Escritura Sagrada, percebendo a sublimidade da doutrina, de maneira mais madura que imaginamos. Suas convicções têm razões mais profundas que os adultos imaginam.

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