Insegurança alimentar!

Postado por: Ari Antônio dos Reis

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Algumas entidades voltadas a pesquisa e orientação sobre a superação da fome no mundo tem usado o conceito “mapa da fome”. Esta nomenclatura é usada como critério de inclusão de países que vivem em situação de insegurança alimentar, ou seja, quando parte da sua população não consegue ter acesso aos alimentos de forma regular e suficiente. São países que têm mais de 5% da população ingerindo menos calorias que o recomendável. Basicamente estão comendo menos e comendo de forma errada.    

Em 2014 o Brasil deixou a lista, saiu do mapa da fome, fruto de políticas públicas, dentre elas o bolsa família, em benefício da população mais pobre. Infelizmente este feito está ameaçado e o Brasil poderá voltar brevemente a constar no “mapa da fome” segundo a ActionAidBrasil.

É um fato provável devido ao aumento dos níveis de pobreza e miséria. Segundo a mesma agência o Brasil voltou ao patamar de 12 anos atrás em números de pessoas em situação de extrema pobreza.

Tal probabilidade alerta para duas iniciativas equivocadas. A primeira diz respeito a nossa política agrícola. O Brasil está nos primeiros lugares quanto à produção agrícola. Produz grãos, mas não produz o alimento que vai para mesa do brasileiro. Mais da metade da produção agrícola é soja e milho e são voltados para a exportação dentro da articulação do país no mercado internacional como produtor de matéria prima. Podemos nos perguntar pelas razões de um país com tanta produção agrícola estar ameaçado pela fome.

 A segunda diz respeito as últimas reformas econômicas sobretudo do governo Temer.  As dificuldades da população devido à crise iniciada no segundo governo Dilma, quando já se via o crescente desemprego, se agravaram quando Temer optou em frear os gastos públicos na área social com ações privilegiando o mercado de orientação neoliberal. A lei que impõe um teto de gastos por vinte anos desobrigou o governo das políticas públicas em benefício da população mais pobre.

O que se avizinha, o aumento da insegurança alimentar e a possível entrada do pais no mapa da fome devem nos deixar preocupados. Estamos vivendo um retrocesso?

 

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