A diversidade que enriquece!

Postado por: Ari Antônio dos Reis

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A Copa do Mundo encerrada no domingo passado explicitou em vários times, sobretudo os europeus, a presença de jogadores  oriundos dos países africanos ou filhos de pais que migaram para a Europa.  Este evento esportivo mostrou uma face lúdica da migração. As seleções da Bélgica, França, Alemanha e Inglaterra e outras revelaram a grande miscigenação étnica da Europa tão arraigada que chegou ao campo de futebol. É uma consequência do mundo globalizado, aparentemente sem fronteiras.

Mas temos assistido pela mídia uma outra face não tão prazerosa, diria até assustadora do fenômeno migratório.  São muitas pessoas que morrem ou são resgatadas em condições difíceis de vida devido a travessia da África para a Europa organizadas por traficantes. Recentemente nos Estados Unidos foi declarada a separação das crianças dos pais que tentavam entrar clandestinamente no país. Devido às reações internas e internacionais o presidente voltou atrás na medida. Voltou o debate sobre a migração já provocado pelo Papa Francisco, quando, nos primeiros dias do seu pontificado, visitou a Ilha de Lampeduza denunciando a problemática da migração e a “globalização da indiferença”. No Brasil também enfrentamos esta problemática. Nos anos passados foram os haitianos. Agora são os venezuelanos que tentam entrar pelos estados do Norte. Em Passo Fundo já nos habituamos com os irmãos senegaleses, bengalis e latino americanos, trabalhando em nossa cidade.

O que é possível compreender destes episódios?

Ter presente que a migração sempre existiu e por diferentes motivos. Nossa região foi ocupada pelos nossos antepassados que migraram da Europa devido a pobreza na época. Hoje parece que o problema é mais grave e exige dos Estados ações em vista do enfrentamento desta realidade, de fundo econômico e também devido às diferentes guerras. Fechar as fronteiras e motivar posicionamentos xenófobos não ajuda a resolver o problema.

Compreender que a migração é uma questão internacional, envolve diferentes países. Qualquer atitude deveria partir de um amplo processo de diálogo entre países tendo como base a necessária solidariedade internacional, canalizada pelo apoio e entre ajuda entre as nações com atenção especial aquelas que estão em crise econômica ou passando por conflitos. Isto sem interferir no direito de ir e vir de todo o ser humano.

A migração, como necessidade humana, sempre esteve presente na nossa história; É também fator de enriquecimento cultural. Um pais que acolhe migrantes não está acolhendo problemas. A migração não é problema, é sim possibilidade de enriquecimento cultural sem desconhecer a dimensão econômica. Visitemos a história do Brasil desprovidos do preconceito para ver os sinais que os diferentes povos deixaram aqui e que têm marcado o nosso jeito de ser.

Não é possível ignorar a migração. Ela é um fenômeno histórico e próprio da humanidade. Nos últimos anos tem alcançado proporções alarmantes, menos pelo número dos migrantes, do que pela omissão dos governos. É uma questão de Estado e compreende a salvaguarda do direito de ir e vir de todo ser humano. É também fator de enriquecimento para quem se dispõem a acolher os migrantes.

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