Nesta semana
comemoramos os 171 anos do Município de Passo Fundo. Ao comparamos aos outros
municípios do Brasil veremos que é um município ainda jovem, considerado de
pequeno a médio porte. Passo Fundo é a
terra adotada de forma temporária ou permanente por muitas pessoas, devido ao
trabalho, estudos, busca de serviços médicos e outras necessidades. Acolhe não
somente brasileiros. Aqui também têm chegado senegaleses, latino americanos,
bengalis e tantos outras pessoas de diferentes nacionalidades. Chegam aqui na
esperança de melhores condições de sobrevivência. Em mundo marcado pela
globalização e alargamento de fronteiras Passo Fundo contribui ao exercitar na
vocação de acolher a todos. Que possamos continuar exercitando esta virtude.
A noção de casa comum popularizada pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato Si significa casa de todos. Então Passo Fundo se faz a casa comum de todos os que aqui moram ou chegam para morar. Contribuem para o seu crescimento. Esta condição nos remete ao passado, quando esta região acolheu os jesuítas, os bandeirantes, os tropeiros, os negros, os imigrantes europeus e tantos outros grupos humanos. Este solo foi regado pelo suor de tantos homens e mulheres de diferentes povos e etnias. Infelizmente também foi marcado pelo trabalho escravo, coisa que alguns teimam em esquecer; ou então pelas revoluções, segundo o critério da guerra como caminho para superar as diferenças.
Casa comum, casa de todos, lugar de todos. Esta condição de vida exige de nós o compromisso do cuidado. Implica em cuidar da casa, zelar pela casa. Ela deve dar condições de vida para todos os seus habitantes nos tempos atuais; mas também a tarefa de a deixar em condições de habitação para as gerações futuras. Aqui tem sentido a dimensão ecológica da vida na casa comum, em Passo Fundo.
É também a casa que cuida dos seus moradores, sobretudo os mais fracos, aqueles que estão com a vida ameaçada. Uma casa vazia não tem sentido. As pessoas é que dão o sentido e alegria da casa. Por isso cabe cuidar das pessoas que moram na casa e cuidar com carinho especial os mais fragilizados da casa. É a dimensão humanizadora da casa comum.
A casa comum deve estar com as portas abertas para todos os que aqui chegam. É muito ruim uma casa que permanece de portas fechadas. Ela fica pobre. Não se enriquece com as alegrias e experiências de vida das pessoas que entram nela. Há de ser ter o cuidado com o medo, com o fechamento. Deixarão a casa mais pobre porque não ela terá a diversidade própria dos grupos humanos. É preciso exercitar a dimensão acolhedora da casa.
Que Passo Fundo possa ser a casa comum de todos.