O
mês de setembro é decisivo para o próximo pleito eleitoral. Pode ser um tempo de graça e de construção do
futuro mais alvissareiro para o Brasil. Todos os cidadãos são responsáveis por
esta construção e não apenas os candidatos, que neste tempo apresentam seus
planos de governo. Lembro aqui três situações cruciais que devem ser avaliadas
com muito carinho devido a sua importância para a maioria dos brasileiros. É o
tempo de escutar e ler as propostas. Em seguida discernir e escolher que é
melhor para o país a partir do preceito de que a política é a arte de buscar o
bem comum.
Estejamos atentos para as propostas apresentadas quanto à saúde pública. O acesso ao tratamento de saúde para os brasileiros ainda é muito difícil, apesar da sensível melhoria na atenção básica, responsabilidade dos municípios. É preocupante o atendimento em situações mais complexas, sobretudo as especialidades. A demora nos exames e o posterior cuidado terapêutico geram muito sofrimentos naqueles que necessitam desses serviços. Ainda sobre a saúde, lembro que temos um dos melhores sistemas públicos de saúde do mundo, o SUS. A questão não é a construção de outro sistema, mas garantir a execução e qualificação do que já temos, viabilizado pelo SUS.
O segundo elemento que exige atenção é a educação nos diferentes níveis. Houve melhoria nos níveis da educação infantil. Contudo os dados divulgados recentemente dizem que a situação é preocupante nos ensinos fundamental e médio. O acesso ao ensino superior, em torno de 12% ainda, tem percentuais muito baixos se comparado aos outros países.
A terceira preocupação diz respeito às condições básicas de vida. Em uma país com tanta riqueza não é concebível que a miséria e pobreza ainda prevaleçam. Estamos retrocedendo neste quesito. A criação de programas de geração de renda tem revelado bons resultados e as pesquisas comprovam. Se bem monitorados se constituem um bom caminho para o enfrentamento destas duas problemáticas que ferem a dignidade de muitos brasileiros.
O período pré-eleitoral é um tempo de escuta, de leitura, de tomarmos conhecimento dos programas de governo e fazermos o bom discernimento. Eles dizem da intenção do candidato. E os programas deveriam explicitar com clareza as iniciativas quanto à estas problemáticas.
A saúde, educação e direito ao alimento e água, antes de serem bens de mercado, são constitutivas da dignidade do ser humano.