A participação
política é um direito de todo o cidadão. É também uma exigência do agir
cristão, sobretudo porque a política é uma forma de exercitar a caridade em
vista do bem comum. O Papa Francisco tem insistido a para que todos os cristãos
se envolvam na vida política. Afirma: a
política é demasiado suja, mas é suja porque os cristãos não se implicaram com
o espírito evangélico. É fácil atirar culpas..., mas eu, que faço? Trabalhar para
o bem comum é dever de cristão.
Esta reflexão é necessária devido ao contexto atual, marcado pelas tensões próprias do período pré-eleitoral.
O debate eleitoral está acontecendo e devemos compreendê-lo como oportunidade de darmos a nossa contribuição para que o Brasil seja melhor para todos e não apenas para alguns. Não esqueçamos a tradição elitista do nosso país, enraizada na ideia de um Estado posto a serviço de uma minoria, em detrimento da maioria da população. Superar esta compreensão equivocada, explicitada com maior ou menor ênfase, é também tarefa do agir político. É uma questão de cidadania. O compromisso com a justiça social é, antes de tudo, um princípio cristão que exige a coragem de corrigirmos os erros que vem se sucedendo ao longo da história. A doutrina social da Igreja evidencia que o bem comum não é o bem de um determinado grupo social, mas de todos os habitantes de um território, denominado nação.
Debater sobre as candidaturas e as diferentes propostas defendidas na campanha eleitoral em pauta é exercitar o direito político, próprio dos regimes democráticos. Estejamos atentos às propostas dos diferentes candidatos. Sobre isso o Papa Francisco referiu-se ao falar aos políticos latino americanos em dezembro de 2017: Há necessidade de políticos que vivam com paixão o serviço aos seus povos, solidários com seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos interesses privados, que sejam abertos a ouvir e aprender no diálogo democrático, que conjuguem a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação.
Conversemos sobre política agora e tenhamos a coragem de conversarmos depois das eleições, pois pensar o bem do Brasil não é uma tarefa de acontece de quatro em quatro anos, mas tarefa de todos os dias. Sobretudo, conversemos iluminados pela proposta de Jesus que nos chega pelo Evangelho.