Já são muitos anos em que a Igreja promove, no mês
de outubro, o chamado mês missionário. Em todas as celebrações se reflete sobre
a missão que cada um dos cristãos recebe a partir do batismo. E assim, cada um
se torna luz para seu irmão, num testemunho alegre e feliz de sua pertença ao
discipulado do Senhor.
No final do mês promove-se também uma coleta em favor dos serviços missionários, dentro e fora do país. Há uma motivação à participação de todos, pois esta tarefa não é somente dos religiosos de vida sacerdotal ou consagrada, pois, todo cristão também é missionário pela sua vocação leiga. Nas escolas confessionais de outros tempos, havia especial motivação para a coleta. Cada um dos alunos recebia um cartão e era convidado a preenchê-lo com o nome e a quantia doada. Cada oferta valia pontos para um sorteio de brindes, no final da promoção.
Um menino, muito astuto desde pequeno, guardou para si alguns cartões para uma posterior promoção, de proveito pessoal. Todavia, as famílias da comunidade sabiam do encerramento da coleta. Mas o moleque andava de casa em casa, fazendo agora uma coleta para as “pobres almas do purgatório”, das quais ouvira falar muito. Vários doadores, compadecidos do pequeno traquina, alcançavam alguma oferta.
As coisas foram andando bem para ele, até que bateu na casa do delegado do lugar. Estranhando essa campanha, apresentando um cartão com o carimbo da escola conduziu-o ao colégio, onde foi constatada a fraude. Os pais do garoto descobriram, no juizado de menores, que não necessitavam que seu filho se preocupasse com as pobres almas do outro mundo, pois, já estavam convivendo com uma pobre alma dentro de casa.
Há um ditado que diz: “De pequenino se torce o pepino”. De fato, se uma árvore não receber escoras quando pequena, ela poderá crescer de maneira torta, impossível de endireitá-la posteriormente. Os valores da vida, como o respeito, a honestidade e a justiça devem ser vividos desde a infância. Caso contrário, teremos adultos problemas.