A cilada do farol

Postado por: Adalíbio Barth

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Um antigo farol, construído na costa do mar, em Arroio do Sal, RS, em área da marinha, chama atenção de todos os transeuntes da região. O desafio de muitos veranistas é fazer a caminhada até o local e retornar às suas casas, contando a façanha da arriscada aventura. Ostentam orgulhosos os sinais de vitalidade e aparente saúde, ocultando a canseira própria da caminhada. Quem ouve a convencida narrativa dá credibilidade aos heroicos relatos.

Todos acreditam na aventura e sempre mais pessoas sentem-se atraídas para arriscar a mesma proeza. Todavia, vários desafiantes da caminhada até o farol, foram flagrados comendo milho cozido nas tendas próximas ao mar e após longo tempo retornavam às suas casas, já perto do meio dia, contando os prazeres da marcha realizada. Outros, em vez de alcançarem a base do farol, permaneciam bronzeando-se ao sol nas areias brancas da praia, e após um tempo razoável, chegavam para o saboroso almoço preparado pela avó, que madrugava nas ondas do mar, prevenindo-se dos raios solares, com suas imperdoáveis consequências.

Dois jovens que passaram a noite dançando em bailões típicos da região acordaram perto do meio dia, pediram para aguardá-los para o almoço, pois, tencionavam conhecer o farol, empreender uma rápida corrida e retornar para o almoço em família.

Não esperavam pela armadilha dos que conheciam o farol. Ao retornarem, confirmaram a visita ao local. Pondo-os à prova, chamaram o mais velho à cozinha e colocaram-lhe uma questão simples:

- A construção do farol é redonda, quadrada ou triangular?

Imediatamente respondeu que era redonda como uma chaminé.

Sua rápida resposta deveu-se, certamente, ao copo de formato redondo no qual deliciara gostosa caipirinha.

Chamaram o segundo. Sem hesitar, disse-lhes que era uma construção triangular, o que dá mais segurança a uma edificação exposta ao vento do mar.           

Provou-se mais uma vez que a mentira tem pernas curtas. As boas intenções deles haviam terminado num quiosque à beira mar. E no fundo de um copo de caipirinha não perceberam que o formato da construção do farol, é quadrado.

A pessoa que mente perde a credibilidade e expõe todas as suas limitações. As pessoas não confiam mais, pois, permanece a dúvida sobre a verdade e o erro. Ninguém gosta de ser enganado. Quem engana é candidato ao descrédito, avilta sua personalidade e desonra sua vida.

 

 

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