O
ministro de uma capela do interior da paróquia veio conversar com o pároco para
tirar umas dúvidas em seu trabalho pastoral. Presidia o culto dominical na
comunidade nos últimos quinze anos e se sentia bem no serviço de doação aos
irmãos. Mas surgiu um problema.
Um pastor de uma comunidade pentecostal, próximo à sua, veio falar-lhe que ele está errado em seu modo de fazer os cultos, porque não expulsava demônios.
O agente de pastoral ficou preocupado, pois sempre procurava fazer tudo da melhor maneira possível.
O pároco escutava atentamente suas colocações. Ao concluir o seu relatório, arrematou:
- Eu pedi a ele se estava expulsando e me respondeu que sim, porque tem bastante e que devem ser expulsos.
O padre, após ouvir toda história, perguntou-lhe:
- E o que você respondeu para ele?
- Eu disse a ele que estou na minha capela, fazendo os cultos há mais de quinze anos, e até hoje não apareceu nenhum. Pelo visto foram todos na sua igreja. Mas se vier um em nossa comunidade, eu vou expulsá-lo.
O ministro continua, até hoje, esperando o primeiro capeta a aparecer. Sabe também que ele não pisa em lugar sagrado.
Somos tentados a julgar os outros dizendo que estão errados. Nós nos posicionamos no lado certo. Dessa forma, não se estabelece diálogo à procura da verdade e muito menos deixa-se o coração aberto para a graça divina. Todo mal é visto como ação do demônio e ninguém assume culpa em nada.