Estamos acompanhando
mais uma edição da Jornada Mundial da Juventude, desta vez sediada na Cidade do
Panamá. Estes eventos começaram no pontificado de João Paulo II e tem sido uma
forma de reunir milhares de jovens para momentos de oração, reflexão, partilhas
de vida, integração cultural e o encontro com o Papa.
São louváveis estas e outras iniciativas voltadas a evangelização da juventude. A Igreja demonstra o carinho e atenção para com esta parcela da população com muitas potencialidades, mas também muitas fragilidades, as quais exigem, não só da Igreja, como também de toda a sociedade apoio e atenção.
Nos vários documentos do magistério eclesial universal e latino americano encontramos referencias voltadas ao trabalho evangelizador da juventude. Lembramos o Documento de Aparecida que reconhece que os jovens representam enorme potencial para o presente e futuro da Igreja e de nossos povos, como discípulos e missionários do Senhor Jesus. Não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido. Por sua generosidade, são chamados a servir a seus irmãos, especialmente aos mais necessitados, com todo o seu tempo e vida. Como discípulos missionários, as novas gerações são chamadas a transmitir a seus irmãos jovens, sem distinção alguma, a corrente de vida que procede de Cristo e a compartilhá-la em comunidade, construindo a Igreja e a sociedade (cf. DAp 443).
Na linha do diálogo e escuta no ano passado aconteceu em Roma o Sínodo sobre a evangelização da juventude, voltado a construção de linhas de trabalho para a evangelização dos jovens no mundo todo. Esperamos que estas resoluções fortaleçam o trabalho junto aos jovens não como proselitismo, mas na perspectiva de uma “Igreja em saída” presente nas diversas realidades onde a vida está ameaçada sobretudo dos jovens das periferias humanas.
Acerca da Jornada Mundial da Juventude lembramos a sua importância como lugar de diálogo e aproximação com os jovens. Contudo, um grande evento necessita outros espaços de consolidação da missão evangelizadora. Neste sentido compreendo como insubstituível o trabalho cotidiano que acontece em nossas paróquias e comunidades. Ali verdadeiramente os jovens encontram mediações para conhecer Jesus e sua proposta e aderirem a ela. Deste espaço não podemos prescindir.