Os
elementos da natureza – o vento e a água - levaram a Deus uma queixa contra o
seu colega, o fogo. Diziam:
- “Nós recebemos missões distintas e sempre respeitamos os limites de cada um. Todos faziam a sua parte e respeitávamos a natureza, conservando-a preservada. Ultimamente, porém, o fogo extrapolou todos os limites.
Nós compreendemos que ele teve um passado muito difícil: era complicado consegui-lo, a não ser através da fricção em pedras. Depois os homens inventaram o fósforo e o isqueiro. Assim ele sempre está pronto para uma ação rápida.
Mas ele se tornou muito prevalecido, dominador e autoritário. Provoca prejuízos de toda ordem: os humanos estão gastando muito com o corpo de bombeiros, que deve ficar de plantão vinte e quatro horas por dia. Além disso, gastam com o seguro contra incêndios e com os extintores. Quando alguém se queima, sofre muito com dores terríveis e dificilmente consegue a cura. Há muitas sequelas e onde queima a pele, há necessidade de operações plásticas.”
Duas queixas chamaram particular atenção:
- “Culpam a mim, o vento, de espalhar rapidamente o fogo onde há seca. Quando uma casa pega fogo, culpam a mim de ter espalhado o incêndio e não culpam aquele que esqueceu aceso o fogão à lenha ou o fogão à gás”.
- “Eu sou a água, sinal de vida e de morte. Eu ajudo apagar o fogo, intervindo em socorro de tudo e de todos. Mas eu preciso me entender bem com o fogo. Quando os homens me necessitam quente, o fogo prontamente me aquece e sou a alegria dos cozinheiros. Mas eu me pergunto: os homens não estão dando chance demais para o fogo se descontrolar?”
Deus chamou o fogo que assim se defendeu:
- “Senhor Deus! Eu nunca quis dominar nada neste mundo. Os homens demoraram milhares de anos, para me usarem em caixinhas de fósforos, em isqueiros e espoletas. Se não fosse eu, a humanidade não teria os fornos para derreter minérios, não teria asfalto para suas estradas, pois sou eu quem o prepara. Participo, com minha energia, na confecção de tudo que se refere a utensílios em ferragens.
Os homens me utilizam para seus interesses: fizeram espoletas e basta uma pequena faísca minha para explodir bombas, lançar foguetes e provocar tiros em armas mortíferas. São muito imprudentes no meu uso: colocam-me perto de produtos provenientes do petróleo e deixam-me ao alcance das crianças.
Mas eu me realizo quando os homens me utilizam para assar um churrasco, preparar a comida e para se aquecerem em dias frios. Realizo-me sobremaneira quando em celebrações entro solenemente nos templos, em velas acesas, torno-me símbolo da fé para louvar eternamente ao meu Criador.”
E Deus reuniu a todos e lhes disse:
- “Eu criei tudo e a todos para estarem a serviço da pessoa humana. Mas a humanidade está fazendo mau uso da criação: distorceram meu plano e culpam a mim pelo descontrole que há na natureza. Vou pedir ao Espírito Santo, a quem deixei a missão de renovar a face da terra, para aquecer o coração da humanidade a fim de vivam em paz e harmonia. Se não controlarem o fogo das espoletas e explodirem bombas atômicas, o mundo, que eu criei, será consumido pelo fogo, por decisão da humanidade.”
Diz o ditado que não se deve brincar com o fogo, pois quem brinca com o fogo, se queima. As secas grandes ou pequenas, sempre facilitam as queimadas e assim há muito prejuízo causado ao meio ambiente. Há um descontrole na natureza e em última análise, o homem é culpado, em grande parte. Você já sofreu com estas desordens da natureza? Já teve prejuízos concretos?