Estamos na Semana do Meio Ambiente em vista do Dia
do Meio Ambiente comemorado ontem, 05 de junho. O tema proposto pela
Organização das Nações Unidas neste ano é a “poluição do ar”. A temática sugere
tratar com seriedade um dos principais fatores de geração de doenças nas
pessoas. A respiração, comum para todos nós, e da qual depende a vida, pode ser
fator de enfermidade grave, caso o ar respirado esteja poluído. A vida em um
ambiente poluído fica fragilizada, pois ambiente doente implica em ser humano
também doente.
A articulação pelo cuidado ambiental já é histórica no Brasil. Está deixando de ser preocupação de uma minoria visionária, como muitos a classificavam, para torna-se preocupação nacional e processo formativo de crianças e adolescentes. Nesta perspectiva lembramos que a Igreja Católica motivou várias Campanhas da Fraternidade sobre o tema. Certamente estas campanhas contribuíram na conscientização sobre o cuidado ambiental. Por outro lado, os grandes desastres ambientais, que vitimaram muitas pessoas e transformaram ecossistemas, contribuíram, através da dor, para a conscientização da necessidade de cuidar da casa comum.
A questão ambiental foi o tema da Encíclica Laudato Si, publicada pelo Papa Francisco em 2015. A partir deste escrito o Papa denomina o Planeta Terra “nossa casa comum”, ou seja, a casa de todos nós, de todos os seres vivos, humanos ou não.
Contudo, apesar do avanço da conscientização da população, a preocupação ambiental tem passado por forte contestação, justamente do Ministério voltado para esta área. O representante do Ministério do Meio Ambiente no Brasil tem afirmado que seguem outras orientações quanto à compreensão do que significa preservação ambiental. Deu-se uma virada, um retrocesso no que vinha sendo construído. Cito em forma de ilustração algumas iniciativas temerárias: a liberação de agrotóxicos proibidos em outros países, alteração na lei do código florestal, medida provisória derrubada, mas que tende a voltar. Adotou-se uma lógica administrativa limitada e incongruente, mais preocupada em satisfazer certos setores internos do mercado do que com a maioria da população. A contradição é que esta perspectiva limitada no trato da questão ambiental pode justamente afetar o comércio internacional, que cada vez mais tem se mostrado exigente quanto às regras de produção, sobretudo na questão ambiental.
Busquemos nas palavras do Papa Francisco a certeza de que a preocupação ambiental não é transitória, mas garantia da sobrevivência do Planeta e da humanidade. Diz o Papa: “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum” (LS 13).
Assumamos o compromisso em cuidar da nossa casa comum no presente e para o futuro.