Em uma carta divulgada em seu site nesta segunda (24), o ex-presidente Lula questionou o discurso de que a anulação de seus processos colocaria a operação Lava-Jato em risco.
“Alguns dizem que ao anular meu processo estarão anulando todas as decisões da Lava-Jato, o que é uma grande mentira, pois na Justiça cada caso é um caso. Também tentam confundir, dizendo que meu caso só poderia ser julgado depois de uma investigação sobre as mensagens entre Moro e os procuradores que estão sendo reveladas nos últimos dias", escreveu o ex-presidente.
A presidente da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, retirou de pauta um pedido de liberdade do ex-presidente. Na peça, a defesa aponta a suspeição do ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro no caso do tríplex no Guarujá.
O pedido, um habeas corpus, estava na pauta do colegiado desta terça-feira (25). Como presidente, é Cármen quem comanda o calendário de julgamento da Turma.
Também nesta segunda, a defesa de Lula pediu ao Supremo que dê prioridade à análise do habeas corpus. Os advogados alegaram que Lula é idoso e já está preso há 443 dias.
Na manhã de hoje, o líder do PT também orientou seus advogados a combaterem essa narrativa que, segundo aliados do ex-presidente, ganhou força após a divulgação de mensagens do ministro e ex-juiz Sérgio Moro e do procurador da força-tarefa Deltan Dallagnol pelo site The Intercept mostrando atuação combinada na Lava-Jato.
Na reunião com o advogado Cristiano Zanin, Lula pediu que ele mostre que anular seus processos é diferente de anular a Lava-Jato inteira. Também pediu que sua defesa destaque que pede apenas a anulação de ações em que está comprovada a intervenção direta de Moro quando era juiz da operação.
Na carta enviada a Amorim, Lula diz ainda que “muita gente poderosa” quer impedir ou adiar a decisão do julgamento de seu pedido de liberdade que também requer suspeição de Moro.
“Muita gente poderosa, no Brasil e até de outros países, quer impedir essa decisão, ou continuar adiando, o que dá no mesmo para quem está preso injustamente”, escreveu.
A carta foi enviada antes do Supremo Tribunal de Justiça (STF) retirar da pauta de terça-feira (25) o julgamento pedido de habeas corpus do líder petista sem informar o motivo.
Fonte: O Globo