A equipe vocacional diocesana, que eu coordenava,
todos os anos fazia ampla programação visando a animação vocacional em muitas
escolas, na catequese e nas comunidades. Assim, estávamos todos os dias em
contato com centenas de crianças, adolescentes e jovens. Este trabalho era
contínuo e permanente, como requer a pastoral vocacional. A dedicação dos membros
da equipe, composta por todos os animadores vocacionais das congregações
religiosas e da diocese, era incansável.
Certa vez, ao final de uma animação vocacional, em certa escola, um adolescente entusiasmou-se muito em tornar-se padre. Veio falar-me justamente no momento em que estava em conversa com um padre carmelita, membro da equipe.
- Eu muito gostaria de ser padre. Gostaria de participar de um retiro vocacional - dizia de maneira eufórica.
Para não constranger meu colega, perguntei-lhe se queria ser padre diocesano ou padre carmelita descalço.
Ele olhou para o chão, contemplou nossos calçados, e de maneira pensativa saiu-se com essa:
- Não sei se é com sapato ou sem sapato, só sei que eu quero ser padre.
Confirmou-se mais uma vez um velho ditado que diz: “O problema não é ter sapato novo, mas saber aonde ir”.
Toda pessoa deve descobrir o plano que Deus tem em relação a ela. Cada um tem uma missão a cumprir. Por isso, deve-se oferecer oportunidades para clarear os objetivos de vida que nossa juventude alimenta. Muitas vezes, são projetos construídos a partir de sucessos esportivos, de luz passageira e brilho fugaz. Cada um deve colocar seus dons e qualidades pessoais, a serviço dos outros e não somente para uma realização pessoal.