Quem quer um “or”?

Postado por: Adalíbio Barth

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A nossa sociedade está organizada para valorizar os que têm dinheiro e poder. Os cargos dão um ar de posse, de domínio, de força moral, social e política. Faz entender também, que a pessoa tem capacidade e competência. Enquanto está no cargo e possui uma qualificação em “or” ou “ente”, como diretor ou coordenador ou presidente, superintendente, gerente, é alvo dos holofotes da imprensa, perseguido pelos microfones e dos gravadores dos jor­nalistas. No dia em que entrega o cargo e não ostenta mais o poder, na mesma hora todos correm atrás do novo “or”, e não o deixam trabalhar. No mundo animal acontece a mesma coisa. O porquinho que apanha a espiga de milho por primeiro, não consegue devorá-la, pois, todos os outros correm atrás dele e não o deixam consumi-la. Quando não tem mais a espiga, ninguém mais corre atrás dele.

O novo “or” quer trabalhar e se organizar, mas é assediado pelos invejosos do poder, que dá honra e fama. Desejam partilhar da glória dessa celebridade. E o “ex”, é esquecido, porque não é mais o titular e não tem mais decisão sobre o dinheiro e o capital.

Quando aparece um “or”, todos se derretem em gentilezas, afagos, cari­nhos, admirações e amabilidades. Assim acontece com o diretor, o coordena­dor, o senhor, o curador, o gerenciador, o administrador, o supervisor, o orien­tador, o monsenhor, o gestor, o procurador, o reitor... e assim por diante. Mas o poder é exercido, muitas vezes, com um outro “or”: ditador ou dominador.

O desejo de mandar, de governar e de dominar, está presente no coração de muitas pessoas que têm um objetivo subjacente: aparentar a verdade, ganhar mais, embolsar mais e auferir vantagens. Alguém, todavia, observou há mais de dois mil anos atrás, que é necessário cultivar o verdadeiro “or”: o amor. E exercer o poder como um verdadeiro servidor. Assim, tudo mudaria em nossa sociedade.

Por mais que se fala em servir, as pessoas continuam a pensar em “servir-se” do cargo para impor-se, amedrontar e intimidar. Quando uma pessoa é incompetente para exercer uma função com diálogo, conversação e diplomacia, mais ela procura, em sua insegurança, impor-se com ameaças e advertências. Quer vencer pelas inti­midações, fazendo de seu cargo uma verdadeira chantagem.

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