A
discussão, sobre assunto trivial, já se prolongava por um bom tempo, entre duas
pessoas conhecidas por suas teimosias sobre diferentes pontos de vista. Não
havia jeito de pararem com o bate-boca, porque cada um queria ter a última
palavra. As pessoas foram se retirando aos poucos e quase os deixaram a sós,
pois todos estavam desgostosos com essa situação desagradável.
Alguém se aproximou disposto a encerrar a contenda e servir de interlocutor:
- Afinal o que estão discutindo, porque eu quero, como juiz entre as partes, que termine logo esta bagunça!
Um dos contendores interveio:
- Eu, como bom conhecedor da natureza, estou afirmando que aquela árvore, na encosta do morro, é um angico. E ele quer desafiar-me, dizendo ser um pé de cedro. Jogamos um engradado de cerveja.
- Eu – continuou o desafiante – sempre lidei no mato, conheço todas as árvores e não há dúvidas que é um cedro.
O árbitro entre as partes prontamente interveio e com toda razão, com aplauso de todos, chamou os bodegueiros:
- Tragam dois engradados de cerveja, porque os dois perderam. Aquela árvore não é nem angico e nem cedro, mas um pé de canela. Cobrem o preço de cada um e boas festas a todos!
Aceitaram a intermediação e partiram para os festejos. Depois comentavam entre si:
- Sabe que foi bom terminar assim, porque o pessoal todo estava indo embora e se nós brigássemos, não haveria ninguém para apartar a briga.
Encontramos pessoas aferradas em seus pontos de vista, sem nenhuma chance de dar razão a qualquer outra pessoa. São os birrentos e cabeçudos, já conhecidos em reuniões e assembleias por suas discussões acirradas e intransigentes. Como lidar com as pessoas teimosas? Como valorizar os diferentes pontos de vista das pessoas?