No
próximo Domingo estaremos iniciando um novo ano litúrgico. Começa com as quatro
semanas do Advento. Advento significa espera por algo importante que exige
preparação. Na tradição cristã é compreendido como o tempo que antecede o
Natal. A tarefa neste tempo é de preparação para o Natal, aguardando a vinda do Senhor encarnado na frágil criança,
em comunhão com a expectativa da Sua segunda vinda, glorificado pelo Pai.
Não é possível se abster deste tempo de preparação. Faremos a experiência da espera. Uma espera com esperança que leva a um Natal vivido na graça de Deus. Serão quatro semanas ricas em termos de liturgia, vivências, partilhas e iluminação bíblica. Caso seja possível, realizemos os Encontros de Família, pois é uma forma especial de preparação.
No primeiro Domingo, a orientação está na vigilância e atenção de quem está esperando alguém muito importante. Esta vigilância não pode ser temerosa, agoniada, insegura. É uma vigilância repleta de esperança, porque o menino que nasce renova esta esperança para toda a humanidade. Refletiremos no primeiro Domingo do Advento o Evangelho de Mateus 24, 37-44, que motiva à preparação para a vinda do Filho do Homem
O segundo Domingo acentua a preparação pessoal, iluminada pelas palavras de João Batista: “convertei-vos porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,2). Era o apelo para a conversão pessoal, condição para acolher Jesus e a proposta do Reino por Ele anunciado. Neste domingo celebraremos a Solenidade da Imaculada Conceição, liturgia própria sugerida para todas as comunidades.
O terceiro Domingo tem a marca da alegria. A vinda dos Senhor está próxima, é a fonte da alegria cristã. Lembremos o convite de Paulo “alegrai-vos no Senhor” (1Ts 5,16). É a alegria que se fundamenta em algo estupendo, a vinda do Senhor Jesus. Tiago convida à firmeza da fé em nome desta vinda (Tg 5,7). Ele vem em nome do amor do Pai pela humanidade, para conduzi-la ao caminho da Salvação. O Evangelho que ilumina a celebração deste terceiro domingo é Mateus 11, 2-11 apresentando a reposta de Jesus à pergunta dos discípulos de João Batista: és tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? (Mt 11,2).
No quarto Domingo rezamos a presença de Maria na história da salvação. O diálogo estabelecido com o anjo lembra-nos que caminhos de Deus causam surpresas. Ele escolheu estar junto com o seu povo de um jeito que nos surpreende. Para entendermos o jeito de Deus, precisamos a paciência para escutá-Lo. Maria ensinou isso e deu o sim, fazendo com que o plano salvífico e amoroso de Deus tivesse continuidade.
Pelo sim de Maria, a obra de amor de Deus se concretizou e Jesus veio ao mundo. Não foi um sim tranquilo. Foi marcado pela dúvida e pelo medo. Estas foram superadas pela vontade da Jovem de Nazaré de servir ao Senhor. No quarto Domingo também refletimos que Deus conta com a colaboração, criatividade e ação humanas no seu projeto de amor.
Com toda a Igreja vivemos este tempo de preparação que para os cristãos é um tempo de graça. Nos organizemos para acolher o Senhor. E ele se dispôs a nascer em nosso meio. Encarnou-se frágil, em uma família pobre nos alcançando a salvação.
São oportunas as palavras do Papa Francisco: cada coração deve ser a manjedoura disposta a acolher Jesus. Cada casa seja o presépio.
O tempo do advento convida a esta preparação. Nos preparemos para algo muito bom. Vivamos a espera com esperança. Cada casa é convidada a ser a gruta. Cada coração a manjedoura a acolher Jesus.