Tempo do Advento, tempo de esperança

Postado por: Ari Antônio dos Reis

Compartilhe

No próximo Domingo estaremos iniciando um novo ano litúrgico. Começa com as quatro semanas do Advento. Advento significa espera por algo importante que exige preparação. Na tradição cristã é compreendido como o tempo que antecede o Natal. A tarefa neste tempo é de preparação para o Natal, aguardando a  vinda do Senhor encarnado na frágil criança, em comunhão com a expectativa da Sua segunda vinda, glorificado pelo Pai.

Não é possível se abster deste tempo de preparação. Faremos a experiência da espera. Uma espera com esperança que leva a um Natal vivido na graça de Deus.  Serão quatro semanas ricas em termos de liturgia, vivências, partilhas e iluminação bíblica. Caso seja possível, realizemos os Encontros de Família, pois é uma forma especial de preparação.  

No primeiro Domingo, a orientação está na vigilância e atenção de quem está esperando alguém muito importante. Esta vigilância não pode ser temerosa, agoniada, insegura. É uma vigilância repleta de esperança, porque o menino que nasce renova esta esperança para toda a humanidade. Refletiremos no primeiro Domingo do Advento o Evangelho de Mateus 24, 37-44, que motiva à preparação para a vinda do Filho do Homem

O segundo Domingo acentua a preparação pessoal, iluminada pelas palavras de João Batista: “convertei-vos porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,2). Era o apelo para a conversão pessoal, condição para acolher Jesus e a proposta do Reino por Ele anunciado. Neste domingo celebraremos a Solenidade da Imaculada Conceição, liturgia própria sugerida para todas as comunidades.

 O terceiro Domingo tem a marca da alegria. A vinda dos Senhor está próxima, é a fonte da alegria cristã. Lembremos o convite de Paulo “alegrai-vos no Senhor” (1Ts 5,16). É a alegria que se fundamenta em algo estupendo, a vinda do Senhor Jesus. Tiago convida à firmeza da fé em nome desta vinda (Tg 5,7). Ele vem em nome do amor do Pai pela humanidade, para conduzi-la ao caminho da Salvação.    O Evangelho que ilumina a celebração deste terceiro domingo é Mateus 11, 2-11 apresentando a reposta de Jesus à pergunta dos discípulos de João Batista: és tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? (Mt 11,2).

No quarto Domingo rezamos a presença de Maria na história da salvação. O diálogo estabelecido com o anjo lembra-nos que caminhos de Deus causam surpresas. Ele escolheu estar junto com o seu povo de um jeito que nos surpreende. Para entendermos o jeito de Deus, precisamos a paciência para escutá-Lo. Maria ensinou isso e deu o sim, fazendo com que o plano salvífico e amoroso de Deus tivesse continuidade.

Pelo sim de Maria, a obra de amor de Deus se concretizou e Jesus veio ao mundo. Não foi um sim tranquilo. Foi marcado pela dúvida e pelo medo. Estas foram superadas pela vontade da Jovem de Nazaré de servir ao Senhor.  No quarto Domingo também refletimos que Deus conta com a colaboração, criatividade e ação humanas no seu projeto de amor.

Com toda a Igreja vivemos este tempo de preparação que  para os cristãos  é um tempo de graça. Nos organizemos  para acolher o Senhor. E ele se dispôs a nascer em nosso meio. Encarnou-se frágil, em uma família pobre nos alcançando a salvação.

São oportunas as palavras do Papa Francisco: cada coração deve ser a manjedoura disposta a acolher Jesus. Cada casa seja o presépio.

O tempo do advento convida a esta preparação. Nos preparemos para algo muito bom. Vivamos a espera com esperança. Cada casa é convidada a ser a gruta. Cada coração a manjedoura a acolher Jesus.

Leia Também Viver à altura do Evangelho A Palavra de Deus O menino e as uvas Ciência: aprender com o passado e olhar para o futuro