O
incentivo à formação permanente, em todos os setores da atividade humana, é um
fato de nosso tempo. As conquistas culturais e científicas são de um progresso
vertiginoso, que fazem superar rapidamente as descobertas anteriores. Se algo
funciona, parece que já está superado. As pesquisas para melhorar ou apresentar
mais vantagens tornam as pessoas escravas do consumo “do mais fácil” e do “mais
rápido”. Assim, as pessoas que se formam neste ou naquele ramo do conhecimento
humano, ficam preocupadas se estão suficientemente preparadas para assumir uma
profissão que lhes assegure uma tranquilidade profissional.
Um jovem formando, vendo toda essa situação, sentia-se muito despreparado para iniciar uma vida profissional. Prosseguiu seus estudos fazendo o mestrado. Não se sentindo preparado suficientemente, durante vários anos, dedicou-se ao doutorado na Europa. Depois de formado no velho mundo, não se sentia preparado para lecionar na América, uma vez que a realidade era outra. Era preciso realizar o sonho de se comunicar dentro deste continente. Conseguiu uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, onde permaneceu um bom tempo fazendo diversos estágios. Quando concluiu o que havia planejado, percebeu que aprendera muitas coisas boas, só que não se enquadrava na realidade latino-americana, onde pretendia lecionar.
Narrando todo seu drama e todo seu histórico de estudos, pediu um conselho a um conhecido teólogo, preocupado com a pastoral:
- Onde seria o melhor local para realizar um estudo da realidade da América do Sul, para que possa no futuro ser mais eficiente no magistério?
O semblante do conselheiro passou por diversas cores e segurando a irritação natural ante este invejável currículo, simplesmente o aconselhou:
- Está na hora de você começar a trabalhar!
O corajoso mestre enfrentou um “sangue suga” que confundiu a “formação permanente com a permanente formação”. O lugar onde se encontram maiores riquezas, sempre foram os cemitérios. Ali estão enterrados projetos de invenção de muitos bens para a humanidade, obras de arte, de música, planos de construção e organização de obras sociais. Há pessoas que nunca se sentem preparados para iniciar um trabalho. Procuram fazer mais um cursinho. E assim protelam o início da “mão na massa”, vivem acomodados e instalados em sua preguiçosa maneira de ser.