Em
certa comunidade cristã, uma ministra ao ser interrogada sobre o trabalho que
realizava na liturgia da capela, veio com uma afirmação que deixou intrigado o
interlocutor:
- Como está a comunidade?
- Olha, aqui está tudo mais ou menos. Se não fosse eu, não sei como seriam as coisas, porque aqui ninguém quer nada com nada!
- Quanto tempo você já está servindo a comunidade?
- Agora, no mês de maio, vai fazer 31 anos.
Ao iniciar a celebração, já se percebeu sua dominação: ela distribuiu os folhetos da missa, escolheu os cantos, distribuiu as leituras e as preces, fez algumas observações ao celebrante, deu alguns avisos à comunidade, leu os comentários do dia e iniciou o primeiro canto. Alguém sugeriu um hino à família, porque naquele dia se celebrava a festa da Sagrada Família. A resposta veio pronta:
- Agora eu já escolhi outro canto!
Assim transcorreu todo tempo da reza. Era sempre ela que dava todas as dicas. No final, na hora das comunicações, houve um impasse quanto ao dia da seguinte celebração. Ela não podia estar presente porque iria participar de uma festa de aniversário. Sugeriu, então, suspender a celebração.
Felizmente o novo padre da comunidade, não aceitou. Aproveitou para fazer uma assembleia da comunidade. E sem o comparecimento da “dona” da capela, aproveitaram a presença de todos para escolher novas lideranças locais. Após as escolhas para os mais diferentes serviços, o comentário era geral:
- Depois de “podar” a árvore grande, todas as outras obtiveram luz para crescer.
Às vezes as comunidades e associações se acomodam. Quando alguém assume alguma tarefa comunitária, deixam-na sempre na mesma função. Assim, não há criatividade e novidades. Há uma instalação que não deixa ninguém pensar. Sem renovação, os dons de cada um são enterrados e o desânimo toma conta.