Passatempo divertido

Postado por: Adalíbio Barth

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Em certos dias de festa era bonito ver uma enorme mesa repleta de gente jogando víspora. Não era um joguinho de graça, mas o prêmio era mais simbólico, porque pagando um pouco pela cautela, todos levavam o jogo mais a sério. De vez em quando surgia uma pequena discussão, ou porque um não ouvira bem o número sorteado ou porque alguém batera na mesa reclamando que não vinham seus números. Neste ponto, uma tia era campeã. Os números de sua cartela não eram chamados. Então se dispunha a sortear os números. Seu português, todavia, era sofrível. 
Quando todas as cartelas e os grãos de milho estavam prontos para marcar os números sorteados, ela iniciava a chamada. Os primeiros dois ou três números eram facilmente compreensíveis. Mas depois a situação complicava. 
- Quatoze! – chamava bem alto, em seu sotaque alemão. 
- Doze? – interrogavam dois ou três competidores. 
- É quatoze, eu disse. E já mostrava um ar de insatisfação, porque não desejava ser interrompida, ainda mais para esclarecer sua linguagem. 
E o jogo continuava mais um pouco e, novamente era interrompida. 
- É oito? 
- Não! É desaoito! – dizia em tom de inconformismo. E logo acrescentava em sua reclamação: 
- Parece que vocês não entendem português! 
Ela nervosa continuava a sortear os números, já a contragosto. 
- Desasseis! 
- É seis ou dezasseis? Informavam-se dois ou três ao mesmo tempo. 
E a sacolinha com os dados, voava por cima da mesa, com a renúncia ao cargo de monitora do jogo: 
- Não chamo mais! Aqui ninguém entende português e parece que todo mundo é surdo! 
Em certas ocasiões levantava e sumia por um bom tempo, porque todos riam de seu raciocínio e conclusões. 
Muitas pessoas jogam por diversão e outras por dinheiro. Viciaram-se no jogo e gastam muito dinheiro da família, esperando que a sorte venha trazer uma independência financeira. O que você diz dos jogos de azar? E das loterias oficializadas pelo governo? Como vencer este vício do jogo?

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