Conta a tradição que, ao pintar o quadro da Última Ceia, o famoso pintor italiano, Leonardo Da Vinci, enfrentou uma grande indecisão: onde encontrar um modelo para pintar o rosto de Jesus?
Alguém lhe sugeriu:
- Lá na igreja!
E Da Vinci foi seguidas vezes a uma igreja muito frequentada pelos fiéis. Deparou-se ali com um jovem, cuja fisionomia lhe pareceu ideal para a sua obra.
O jovem aceitou o convite para comparecer no atelier de Da Vinci, e o desenho foi executado.
O quadro da Última Ceia foi realizado aos poucos e com muito cuidado. Por isso, passado um bom tempo, mais uma vez ficou o pintor indeciso: onde encontrar um modelo para pintar o Judas?
Novamente saiu em busca de uma solução que veio com uma sugestão curiosa:
- Numa boate!
O pintor não teve dúvida. Dirigiu-se a uma boate da cidade e ficou reparando as pessoas que frequentavam o local. Não demorou muito para descobrir um rosto ideal para servir de modelo a Judas: era triste, desfigurado, o olhar pensativo, como uma pessoa com remorsos de consciência.
Convidou o desconhecido para a tarefa, que foi aceita de imediato.
Durante o desenho em seu atelier, Da Vinci começou a estranhar a coincidência de traços entre o atual modelo e o que servira para reproduzir Jesus. Expressando-lhe essa estranheza, o jovem contou que o modelo anterior, surpreendentemente, fora ele mesmo.
Sua vida dissoluta e desonesta o fez mudar o rosto, que passou de celestial para diabólico.