Viver é aprender, sempre, inclusive à morrer! Viver é como escrever! Primeiro nascem desenhos e riscos. Depois aqueles traços ganham formas e nomes. Letras, palavras, frases, textos, livros e bibliotecas. A arte da vida, pode-se dizer, é uma construção dialética, quase como a relação entre a mão, o lápis e a borracha, compreende?
No caminho há múltiplas ações e reações. Há erros, frustrações, acertos, conquistas. Amistosa e justa é a borracha. Fraterna, apaga e perdoa gafes rasas e profundas. Poderá causar certa dor, a princípio, na correção fraterna, porque “sangra”, mas após um tempo cessa; a ferida cicatriza e permanece a experiência, isto é, a sabedoria. Nascer e morrer são ações naturais. Contudo, viver é construto dialético de sentido à utopia da existência plena.
A doutrina social da Igreja ensina que “o comportamento da pessoa é plenamente humano quando nasce do amor, manifesta amor e é ordenado ao amor” (CDSI, n. 580). Na alteridade dialética da existência humana e planetária, fauna e flora, amar compõe o existir e o transcende. A sagrada escritura propõe que o amor é maior, inclusive que a fé e a esperança (1 Cor 13, 13), porém, se complementam.
Neste contexto natalino, em construção pelo advento, sentimentos, inspirações, criatividades afloram à nós e, mesmo aos não cristãos; o tempo é oportuno para revisitar histórias, memórias e discernir relações familiares, amigas, comunitárias e sociais, certo? A pandemia, por sua vez, tem reconfigurado significativamente o viver pessoal, familiar e societário.
Faz-se, como nunca antes neste século, extremamente oportuno harmonizar, equalizar e transpor o sentido do simples existir. O advento, como período de gestação à novidade, reescreve-nos todos(as) à história da vida, ao horizonte de sentido, no esperançar, como dizia Paulo Freire. Não se trata de um mero esperar, antes envolve-nos em atitude, em movimento, em tomadas de decisões, compromissos, responsabilidades, entende? Viver, sugere-nos, como ao escrever, desafiar-se. Gestar processos a partir de nossa realidade e buscar algo mais.
Para escrever faz-se importante tomar o lápis em mãos e ousar tocar a realidade, acolhedora e resistente, da folha em branco, não? Hodiernamente, no campo das relações humanas, sócio políticas, econômico culturais e eclesiais, ademais, “percebe-se difusamente e vive-se na sociedade contemporânea uma nova necessidade de sentido” (CDSI, n. 575) que transcenda o imediato, o superficial, por algo mais profundo, nutrido de uma espiritualidade encarnada à essência do bem viver e do fraterno compartilhar. “A esperança cristã imprime um grande impulso ao compromisso no campo social, infundindo confiança na possibilidade de construir um mundo melhor” (CDSI, n. 579).
Por onde começar e ou recomeçar? Somente “a caridade pode transformar completamente” a humanidade (CDSI, n. 583) e suas relações, também no que diz respeito ao planeta, a Casa Comum. Pois, ainda que se “tenha o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda ciência”, ainda que se possa expressar “toda a fé, a ponto de mover montanhas” e nutrir-se de toda esperança, na sublime intenção de reescrever a história, na ausência do amor, seremos extintos (1Cor 13,1-2). O amor acolhe, dispõe atenção e integra à vida social, política, econômica, cultural e eclesial. O amor faz viver!
Jovens, ousamos amar! “Para tornar a sociedade mais humana, mais digna da pessoa, é necessário revalorizar o amor na vida social – no plano político, econômico, cultural –, fazendo dele a norma constante e suprema do agir [...]. O amor é a forma mais alta e mais nobre de relação dos seres humanos inclusive entre si [...]. Só uma humanidade onde reine a ‘civilização do amor’ poderá gozar de uma paz autêntica e duradoura” (CDSI, n. 582). Deus, Uno e Trino, conosco vive, reescrevendo a vida no presépio, na cruz e na ressurreição!
Padre Leandro de Mello - @padreleojuventude. Passo Fundo, 08 12 2020.
Ousamos amar!
Viver é aprender, sempre, inclusive à morrer! Viver é como escrever! Primeiro nascem desenhos e riscos. Depois aqueles traços ganham formas e nomes. Letras, palavras, frases, textos, livros e bibliotecas. A arte da vida, pode-se dizer, é uma construção dialética, quase como a relação entre a mão, o lápis e a borracha, compreende?
No caminho há múltiplas ações e reações. Há erros, frustrações, acertos, conquistas. Amistosa e justa é a borracha. Fraterna, apaga e perdoa gafes rasas e profundas. Poderá causar certa dor, a princípio, na correção fraterna, porque “sangra”, mas após um tempo cessa; a ferida cicatriza e permanece a experiência, isto é, a sabedoria. Nascer e morrer são ações naturais. Contudo, viver é construto dialético de sentido à utopia da existência plena.
A doutrina social da Igreja ensina que “o comportamento da pessoa é plenamente humano quando nasce do amor, manifesta amor e é ordenado ao amor” (CDSI, n. 580). Na alteridade dialética da existência humana e planetária, fauna e flora, amar compõe o existir e o transcende. A sagrada escritura propõe que o amor é maior, inclusive que a fé e a esperança (1 Cor 13, 13), porém, se complementam.
Neste contexto natalino, em construção pelo advento, sentimentos, inspirações, criatividades afloram à nós e, mesmo aos não cristãos; o tempo é oportuno para revisitar histórias, memórias e discernir relações familiares, amigas, comunitárias e sociais, certo? A pandemia, por sua vez, tem reconfigurado significativamente o viver pessoal, familiar e societário.
Faz-se, como nunca antes neste século, extremamente oportuno harmonizar, equalizar e transpor o sentido do simples existir. O advento, como período de gestação à novidade, reescreve-nos todos(as) à história da vida, ao horizonte de sentido, no esperançar, como dizia Paulo Freire. Não se trata de um mero esperar, antes envolve-nos em atitude, em movimento, em tomadas de decisões, compromissos, responsabilidades, entende? Viver, sugere-nos, como ao escrever, desafiar-se. Gestar processos a partir de nossa realidade e buscar algo mais.
Para escrever faz-se importante tomar o lápis em mãos e ousar tocar a realidade, acolhedora e resistente, da folha em branco, não? Hodiernamente, no campo das relações humanas, sócio políticas, econômico culturais e eclesiais, ademais, “percebe-se difusamente e vive-se na sociedade contemporânea uma nova necessidade de sentido” (CDSI, n. 575) que transcenda o imediato, o superficial, por algo mais profundo, nutrido de uma espiritualidade encarnada à essência do bem viver e do fraterno compartilhar. “A esperança cristã imprime um grande impulso ao compromisso no campo social, infundindo confiança na possibilidade de construir um mundo melhor” (CDSI, n. 579).
Por onde começar e ou recomeçar? Somente “a caridade pode transformar completamente” a humanidade (CDSI, n. 583) e suas relações, também no que diz respeito ao planeta, a Casa Comum. Pois, ainda que se “tenha o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda ciência”, ainda que se possa expressar “toda a fé, a ponto de mover montanhas” e nutrir-se de toda esperança, na sublime intenção de reescrever a história, na ausência do amor, seremos extintos (1Cor 13,1-2). O amor acolhe, dispõe atenção e integra à vida social, política, econômica, cultural e eclesial. O amor faz viver!
Jovens, ousamos amar! “Para tornar a sociedade mais humana, mais digna da pessoa, é necessário revalorizar o amor na vida social – no plano político, econômico, cultural –, fazendo dele a norma constante e suprema do agir [...]. O amor é a forma mais alta e mais nobre de relação dos seres humanos inclusive entre si [...]. Só uma humanidade onde reine a ‘civilização do amor’ poderá gozar de uma paz autêntica e duradoura” (CDSI, n. 582). Deus, Uno e Trino, conosco vive, reescrevendo a vida no presépio, na cruz e na ressurreição!
Padre Leandro de Mello - @padreleojuventude. Passo Fundo, 08 12 2020.