Estamos longe da igualdade humana!
Inúmeras são as batalhas, e não temos nem ideia do que é ser tratado de forma diferente, de ser visto como diferente, quando se está no ‘padrão’. Até podemos, com exercício de empatia, imaginar como é, fazermos associações de possíveis similaridades de experiências, mas bem distante ainda serão da realidade vivenciada por àquele que é diferente pela sua cor, pela sua opção sexual, pela sua religião, pela sua necessidade especial.
Diversas são as formas de discriminação e que conduzem à segregação social no Brasil e, as polarizações e discursos de ódio diante de determinada diferença que se apresenta no contexto social (gênero, raça, religião, necessidade especial) é mais ou menos flagrante, mas todas as formas de discriminação são abomináveis.
O Brasil ostenta a qualidade de abrigar em seu território continental a miscigenação de povos que aqui convivem em liberdade com suas diversidades culturais e pluralidade que podem ser de vários tipos, como a linguagem, as danças e tradições, o vestuário e a religião.
Somente pela educação é possível alcançar um desejável estado de respeito às diferenças. De geração para geração, as famílias precisam falar claramente sobre respeito com os familiares e professores, com os idosos, com as pessoas portadoras de necessidades especiais, com as pessoas de diferentes raças, etnias e religião, para que possamos evoluir para uma sociedade menos preconceituosa e mais plural.
Passam-se os anos, as décadas e sabemos que, somente pela educação ocorre o desenvolvimento de uma nação.
O jurista Eduardo Couture já ensinava que “o procedimento lógico de corrigir as desigualdades é o de criar outras desigualdades”. Significa que precisamos viver em plena democracia e defesa dos direitos humanos com implementação de políticas públicas capazes de corrigir as disparidades sociais existentes no Brasil, sejam quanto às desigualdades entre brancos e negros ou pardos ligadas ao trabalho, sejam quanto à distribuição de renda, sejam quanto à discriminação de gênero, sejam quanto à representação política ou ainda, quanto ao acesso aos direitos como moradia, educação e segurança.
Vivemos em um momento que precisamos destacar a humanização e a empatia, porque a falta respeito com o próximo tem nos trazidos vivências que nos entristecem e que não mais cabem no Estado democrático que desejamos viver.
Já nos dizem os sábios: um sapo jogado num caldeirão de água fervente salta dela; o mesmo colocado em banho de água fria sob o qual o fogo, lá é deixado para cozinhar, imperceptivelmente! A educação para diversidade com construção de valores sociais na escola e na sociedade requer que o reconhecimento de lutas identitárias na democracia contemporânea sejam objeto de reflexão e diálogo nos espaços escolar, familiar e social.
Janaína Leite Portella
Advogada, Professora universitária,
Empresária e Vereadora
janaina@leiteportellaadvogados.com.br