Pela luta da essência de ser igual

Postado por: Janaína Portella

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Muito se fala em ‘empoderamento feminino”.  Para mim e outras tantas mulheres, essa expressão é plenamente dispensável.  Somos mulheres e somos empoderadas. 

No Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha resgata-se a história da mulher negra no Brasil, uma história de luta, resistência e muita resiliência, como referiu na Tribuna Popular a Sra. Josenira Ferreira, representando a Comissão de Direitos Humanos e a Associação Cultural de Mulheres Negras.

E como dialogávamos momentos antes do uso do espaço público na Tribuna Popular, referi ao grupo de mulheres e homens que ali presenciaram o momento: o empoderamento não é só o feminino, mas sim da concessão de espaços para todas as categorias que são nominadas por minorias, em que pese não serem minorias. Precisamos lutar para empoderar as mulheres negras, as pessoas que pertencem à comunidade LGBTQIA+, os afrodescendentes, as pessoas com deficiências, os idosos, os indígenas, os humildes (pessoas em vulnerabilidade social, moradores de rua, etc...).

Empoderamento nada mais é que dotar-se de consciência de que TODOS são essencialmente iguais pela condição humana que possuímos.  Todas as pessoas têm a liberdade e o direito de ser igual em direito de ser. É o respeito à essência de SER!

O preconceito estruturante que nossa sociedade brasileira vive é responsável pela realidade da desigualdade de direitos de gênero, de acesso às oportunidades de trabalho e educação, de respeito aos valores, culturas e crenças.

Nunca foi tão forte a concepção da palavra empatia como nos dias de hoje.  Colocar-se no lugar do outro, da outra, não é fácil e é um exercício por vezes muito difícil de ser realizado, pois exige muitas vezes conhecimento de causa e essa somente é dada àqueles que a sentem em sua essência.

Ângela Davis, uma ativista feminista negra já ponderou: “Numa sociedade racista, não basta não ser racista, mas é necessário ser antirracista”. 

Igualdade é o ponto de partida. 

As causas identitárias não podem ser defendidas tão somente se concordo com algum ou outro aspecto.  O pilar da igualdade precisa preponderar e avançar frente aos (pre)conceitos discriminatórios. A palavra respeito é uma questão de ordem, que com responsabilidade e diálogo na democracia é possível trilhar para o alcance do direito em essência de ser igual.




            Janaína Leite Portella

              Advogada, Professora universitária,

                                  Empresária e Vereadora
      janaina@leiteportellaadvogados.com.br

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