Comunicar compõe vital característica à alteridade humana, socioambiental e transcendental. Há, por suposto, incontáveis meios, formas de comunicação: audiovisuais, sensoriais, escrita, etc. Na essência, o comunicar, implica a transmissão de uma mensagem, informação, conteúdo, vibração de um interlocutor(a) para outro(a). Há, por exemplo, uma pessoa que emite a mensagem e outra que a acolhe. O entendimento, a compreensão da mensagem expressa a eficiência ou negativa referente a comunicação.
A transmissão de conhecimentos, a priori, ocorre via sistema educativo. Bancos escolares são locais propícios para comunicar-se em sentido integral. A educação, neste âmbito, tem valor ímpar à cultura e desenvolvimento humano. Cada pessoa é um potencial ser de aprendizagem e comunicação. É mister, portanto, refletir que métodos educativos estão disponíveis à digna formação de cidadãos éticos e protagonistas da história.
Há instituições públicas, privadas, projetos sociais de ensino; alimentam-se com pedagogias diversas de comunicação ao saber. Dentre as instituições privadas e os projetos sociais, há as que estão sob a responsabilidade de instituições religiosas. Saberíamos mensurar quantas instituições brasileiras de ensino estão sob a tutela da Igreja Católica, por exemplo? São espaços repletos de crianças, adolescentes e jovens. As propostas educacionais conhecidas têm cunho libertador à vida societária?
A sagrada escritura propõe, à justiça do Reino, a construção da vida plena (Jo 10,10). O Evangelho comunica às pessoas uma mensagem de vida e liberdade que se edifica em compromisso missionário para o bem comum, à luz da fé. Canta-se: “É por causa do meu povo machucado que acredito em religião libertadora! É por causa de Jesus ressuscitado que acredito em religião libertadora!” (Religião Libertadora, Padre Zezinho). Ao comunicar a salvífica mensagem do Evangelho, cada liderança cristã, tem o compromisso moral e ético de exercitar a libertação à vida plena. Formação integral do humano, sua relação com o meio ambiente e o transcendente.
Quando, em 2014, a Arquidiocese de Passo Fundo vivenciou o Ano da Juventude, a Campanha da Fraternidade exortava: “É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador! É para a liberdade que Cristo nos libertou! (Gl 5,1)”. À história registra-se uma proposta pedagógico metodológica de evangelização com olhar atento à educação cristã construída, processualmente e em conjunto, para a autonomia juvenil.
Aos processos pastorais de evangelização juvenil mesclam-se saberes múltiplos inseridos as mais diversas realidades socioculturais, político econômicas e eclesiais brasileiras e latino-americanas. A saber, as Pastorais de Juventude do Brasil (PJMP, PJR, PJE e PJ) propõem, à Semana do Estudante (SdE 2021), refletir o tema: “Centenário de Paulo Freire: Juventudes na luta por uma educação libertadora”. Neste diálogo, pelo lema: "Ninguém liberta ninguém. As pessoas se libertam em comunhão", busca-se a iluminação bíblica no livro dos Salmos: "Libertou-me, porque ele me ama" (Sl 18 (17); 20).
Portanto, ousamos comunicar, à Boa Notícia, enquanto interlocutores de protagonismo juvenil, a educação libertadora capaz de gerar vida às pessoas, ao planeta. Relembrando um trecho do Hino da Campanha da Fraternidade, 2014, convido-vos: “Que abracemos a certeza da esperança, (Cf. Hb 6,11). Que já nos lança, nessa marcha em comunhão. Pra novo céu e nova terra da aliança, (Cf. Ap 21,1). De liberdade e vida plena para o irmão (Cf. Jo 10,10)”. Feliz Semana do Estudante!
Padre Leandro de Mello - @padreleojuventude. Passo Fundo, 10 08 2021.